terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Quem foi Rubem Valentim? Negro? Emblema da arte?

Mestre e criatura. (Vc já foi a Bahia, nego? então vá ver no MAM-BA aonde está a força daquela terra!)
Quem seríamos sem estes homens que vão além?
Valentim se descobriu brasileiro valorizando o seu "eu" negro, sem se esquecer branco e índio.
Brasiligual lembra: o orgulho de sermos vários, nos fará lembrar o prazer de sermos africanos.
Nos descobrindo assim saberemos as nossas forças e o trabalho por terminar em nosso país. Ignorando as nossas origens apenas nos atrasaremos e sofreremos mais como alguém que renega os seus pais.



Em http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo2/modernidade/espraiamento/bahia/valentim/index.html

"(Salvador, BA, 9/ 11/ 1922 - São Paulo, SP, 30/ 12/ 1991)

Considerado um dos mestres do construtivismo no Brasil, Rubem Valentim é comparado a Alfredo Volpi e Tarsila do Amaral, no sentido em que os três, cada um a seu modo e a seu tempo, criaram uma linguagem individual que os tornou facilmente reconhecíveis até para um público leigo através da realização de uma antropofagia de fato, reunindo influências externas para criar uma arte autenticamente brasileira, partindo de imagens subjetivas mas construindo sua obra objetivamente. No caso de Rubem Valentim, isto está claro nos seus emblemas que, a partir de signos do candomblé, se transformam em uma simbologia construtiva consoante com a linguagem internacional."

Em http://www.pitoresco.com/brasil/valentim/biografia.htm

«Minha linguagem plástico-visual signográfica está ligada aos valores míticos profundos de uma cultura afro-brasileira (mestiça-animista-fetichista).

«Com o peso da Bahia sobre mim - a cultura vivenciada; com o sangue negro nas veias - o atavismo; com os olhos abertos para o que se faz no mundo - a contemporaneidade; criando os meus signos-símbolos procuro transformar em linguagem visual o mundo encantado, mágico, provavelmente místico que flui continuamente dentro de mim.


Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

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Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.