sábado, 13 de dezembro de 2008

Deu na BBC? Os ingleses se importam mais!

Em uma reportagem de janeiro de 2008 a BBC faz esta analise critica.
Que vergonha! Os estrangeiros nos enxergam como somos: bonitos, fortes e diversos.
Somos tão indios em comermos pamonha e farinha e tão negros no nosso futebol gingado e tão portugueses na nossa tolerância.
Mas ainda temos vergonha de nós mesmos.
Nos nossos desfiles temos menos negros desfilando que na Europa!

E nos shoppings e lojas mais sofisticadas? Estamos na Finlândia?

Brasiligual afirma: o BraZil não conhece o Brasil...

Outra pérola: "Na opinião do ´´stylist´´ Sandro Barros, alguns temas e temporadas não combinam com modelos negras. ´´É mais fácil ver negros nos desfiles de verão´´, diz."
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http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/01/080118_modelosnegrasspfwfn.shtml

Glamour da SP Fashion Week não reflete diversidade do Brasil


Desfile da SPFW
Maioria das modelos da SPFW é branca, de aparência européia
Todo o glamour e estilo que se espera de um evento de moda internacional pode ser encontrado na São Paulo Fashion Week.

O evento já se estabeleceu no calendário da moda e dezenas de fotógrafos disputam as melhores imagens que vão parar nas revistas brasileiras e internacionais.

Mas, mesmo com o Brasil sendo um dos países com maior variedade racial do mundo, a grande maioria dos modelos que participam do evento são brancos, de aparência quase européia.

O Brasil tem mais pessoas de ascendência africana do que qualquer outro país fora da África. Metade da população seria negra ou mestiça e a ausência de modelos negros nas passarelas brasileiras é uma questão que já foi levantada por figuras de influência da moda mundial.

O estilista britânico Judy Blame e Michael Roberts, diretor de moda e estilo da revista Vanity Fair teriam ficados preocupados e surpresos com o fato depois de visitas do país.

Blame teria até observado que estilo não tem cor.

Diferença

Rafaela (dir.) afirma que faltam oportunidades para modelos negras
Rafaela (dir.) afirma que faltam oportunidades para modelos negras
Do lado de fora do prédio da Bienal, onde ocorre o evento, jovens modelos negras falaram sobre sua frustração.

"Acho que o negócio é mais restrito para garotas negras. Mas não sei se isto (acontece) apenas porque somos negras ou porque somos diferentes, com padrão de beleza diferente - nossos cabelos e nossos corpos", afirmou a modelo Rafaela Favero, 19 anos.

"Em um evento de moda é praticamente impossível", afirma o modelo Rafael Milagres, de 24 anos.

"Você precisa ter sorte e alguém que sugira o seu nome. Pois hoje em dia, para participar de um desfile, você precisa estar em uma agência onde a maioria das pessoas é branca, assim como a maioria das agências do Brasil, enquanto apenas 2% dos modelos são negros."

O proprietário de uma das agências que promovem o trabalho de modelos negros afirma que a escravidão pode ter sido abolida há muito tempo no Brasil, mas sua sombra permanece.

Para Hélder Dias, falta trabalho para modelos negros
Para Hélder Dias, falta trabalho para modelos negros
"É como se a abolição nunca tivesse existido. É uma fachada e a história continua", disse Helder Dias à BBC.

"Modelos negros não conseguem trabalho e não têm acesso, não são bem pagos e vivem em um submundo, pois não existem oportunidades de emprego", acrescentou.

Reflexo

Estilistas brasileiros afirmam, por sua vez, que não existe a intenção deliberada de excluir modelos negros e insistem que o mundo da moda apenas reflete a sociedade.

"O Brasil é um país muito misturado etnicamente. Temos muitos negros, muitos japoneses. Na verdade, o Brasil é feito desta mistura, que também aparece em nossas passarelas", disse o estilista Fause Haten.

"Se as modelos são boas, não importa se são brancas ou negras. Não falo não a modelos negras, adoro modelos negras, (...) não tenho nenhum preconceito para trabalhar com modelos negras", disse Dudu Bertholini, da Cori, cujo desfile no primeiro dia não tinha modelos negras.

Quando questionado a respeito das alegações das modelos negras, de que é difícil conseguir trabalho em eventos como a São Paulo Fashion Week, o estilista respondeu com outras perguntas.

"Elas acham? Elas são boas modelos? São bonitas? São altas? São boas o bastante?"

Dudu Bertholini, da Cori, insiste que beleza e talento importam mais do que cor
Dudu Bertholini, da Cori, insiste que beleza e talento importam mais do que cor
Já a jornalista Erika Palomino critica a postura do mundo da moda em relação às modelos negras.

"Algumas pessoas na indústria da moda podem ser muito, muito burras, elas podem ser conservadoras e, às vezes, entendem as coisas muito tarde. Acho que seria maravilhoso ter modelos negros", disse.

Acesso

Paulo Borges, organizador da São Paulo Fashion Week, afirma que a falta de modelos negros reflete problemas maiores da sociedade brasileira.

"Acho que isto reflete a exclusão social no Brasil. Acho que a moda trabalha com uma grande série de perfis e uma série vasta de qualidades estéticas", afirmou.

"Existem vários modelos negras que fazem desfiles e, se não existem mais (modelos nas passarelas), isso é devido à história da raça negra no Brasil, que ainda é uma história marcada por restrições (de aceitação)."

Não restam dúvidas de que as principais semanas de moda no país trouxeram charme e sabor brasileiros para a indústria.

Mas quem quiser que e a face pública da moda no Brasil reflita e diversidade de sua sociedade terá que esperar um pouco mais.

domingo, 30 de novembro de 2008

No Valor Economico - Um século antes de Barack Obama

Sim, já tivemos um presidente negro! Ah, não sabias!

Em, que país? Sim, no Brasil! E é claro, nesta "democracia racial" ninguem comentou, falou.

No Brasil, a origem negra deve ser esquecida, não lembrada. Afinal... para que falar "disto" já que não existe racismo?

Mas a boca pequena se retocava fotos, se frazia sombrancelhas. Louvamos Barack há milhares de milhas de distancia, agora Brasiligual lembra Nilo, dentro de nós.

Obrigao, Felicio!

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César Felício
DEU NO VALOR ECONÔMICO


A anedota é contada na revista "Courier", da Unesco, em um artigo de abril de 1951, que pode ser lido pela internet. O autor Alfred Metraux cita o relato de um viajante inglês ao Brasil em princípios do século 19, que admirou-se ao saber que determinado cidadão, mestiço, havia sido nomeado capitão-mor. "Ele era mulato, mas não é mais", teria explicado o interlocutor ao viajante. Diante da surpresa, complementou: "Antes de ser promovido, era. Mas um capitão -mor nunca pode ser mulato".

país sem maioria branca ou negra, no Brasil não houve a tensão racial explícita que matou Martin Luther King nos anos 60 e que construiu as políticas de ação afirmativa nos Estados Unidos nas últimas décadas. Mas ergueu-se uma tradição de clareamento conforme a escalada da pirâmide. Uma mostra de fotos promovida pela Prefeitura de São Paulo no ano passado deixou evidente a estratégia que fez com que os não-brancos que romperam barreiras sociais jamais constituíssem uma elite parda. A mostra trazia fotos de negros ou pardos ilustres. Entre eles, o sétimo presidente da República, Nilo Peçanha.

Fluminense de Campos, Peçanha era vice-presidente e assumiu o cargo com a morte do titular Afonso Pena, em 14 de junho de 1909. Praticamente um século antes da vitória do também mulato Barack Obama nos Estados Unidos. Há evidências de que as fotos oficiais de Peçanha eram retocadas para que sua pele fosse clareada. Seu casamento com uma herdeira da aristocracia do açúcar no norte do Rio provocou escândalo e sua origem social e racial foi usada como acusação pelos inimigos políticos. Nilo Peçanha e sua família sempre negaram a mestiçagem.

Ainda que cor da pele tenha deixado de ser motivo de escândalo, a presença negra ou parda na elite política brasileira desde Nilo Peçanha é uma longa sucessão de casos isolados, pela falta de uma elite que se afirme como não-branca. Porto Alegre elegeu Alceu Collares em 1985 e São Paulo, Celso Pitta em 1996. Mas não houve, por exemplo, nenhum prefeito de capital eleito em outubro último com evidentes traços negros, ainda que o prefeito eleito de Manaus, Amazonino Mendes, goste de ser chamado de "negão". No horizonte político brasileiro, o negro com mais poder no país é o ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, sem pretensões eleitorais conhecidas.

Barack Obama nunca foi o representante de uma cota, era o único senador negro nos Estados Unidos e ganhou as eleições sem usar a carta racial. Mas há quase um consenso sobre a importância das políticas de ação afirmativa para globalizar, em sentido cultural e étnico, a elite americana. O que pode se questionar é o resultado concreto destas políticas na redução da desigualdade social.

No Brasil, onde o racismo é um crime e a igualdade civil entre indivíduos independentemente de origem e cor é uma garantia constitucional há muitas gerações, construiu-se um modelo que dá longevidade às diferenças. Segundo dados compilados pelo jornalista Vinicius Vieira, mestrando em estudos latino-americanos em Berkeley, nos Estados Unidos e autor do livro "Democracia racial, do discurso à realidade", em 2002, antes portanto de qualquer política de cotas, 13,9% da população branca conseguia chegar à universidade, ao passo que apenas 3,8% da população negra o fazia. O desnível é gritante, mais impressionante, no entanto, era as porcentagens reduzidas, mesmo entre os brancos.

É provável que uma política agressiva de cotas faça esta porcentagem se multiplicar e torne a elite política e econômica brasileira menos dissonante da composição da base do país. É uma estratégia que traz o risco de racializar as tensões sociais e que não garante, por si, uma sociedade mais aberta do ponto de vista de oportunidades. Crítico da política de cotas, Vieira lembra que nos Estados Unidos as ações afirmativas não alteraram o fato de que as minorias negras e latinas vivem nas áreas mais pobres, estudam nas piores escolas, lotam as cadeias e conseguem baixa renda na idade adulta. A vitória de Obama, vindo de Harvard e não de Harlem, é um triunfo de natureza pessoal, e não étnica, e um indício de que a elite americana começa a se tornar multirracial. Não altera o fato de que os Estados Unidos, depois de trinta anos de políticas afirmativas, seguem sendo um dos mais desiguais, se não o campeão da desigualdade, entre os países do Primeiro Mundo.

César Felício é repórter de Política. A titular da coluna, às quintas-feiras, Maria Inês Nassif, está em férias

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Homenagem a Candeia - RJ TV You Tube (veja!)
http://www.youtube.com/watch?v=idZk1oDbRzs&feature=related
Poucos e muitos o conhecem.
http://socandeia.blogspot.com/
Verdadeiro poeta e ser humano. Lindas letras e lindas canções (Machado, Drummond, Mário, Caetano e Chico. Tens aí um grande companheiro, não?).
"Sou o adeus de quem parte pra quem a vida é pintura sem arte (...)
Não, não basta ter inspiração,
Não basta fazer uma linda canção
Pra cantar samba se precisa muito mais,
Samba é lamento, é sofrimento, é fuga dos meus ais"
Candeia nos deu palavras, fina arte e ainda assim o desconhecemos.
Veja o filme, ouça a música, fique de olhos abertos. (fantásticos sambas de domingo, e de todos os dias. Obrigado, Mestre Jair!)
Candeia, lançou a Escola de Samba Quilombo que lutava contra o que as "Escolas" de hoje se tornaram.
As escolas seriam o embrião de líderes brasileiros nas comunidades mais carentes de esperança.
Embrião do povo organizado, com lazer, prazer e educação. Melhoria de si.
Hoje, se tornaram o palco do patrocinio instantaneo e dos holofotes para a "gente bonita".
Poderiam ter ajudado no aumento da auto-estima mas apenas reforçam tudo que já está aí.
Leia mais, tenha a Quilombo como a sua segunda escola favorita!
A segunda no coração, a primeira na mente!
Deu no Fantástico! http://www.youtube.com/watch?v=QUQzrn-508E
“Estou chegando. Venho com muita fé. Respeito mitos e tradições, (...) busco a liberdade, não admito moldes (...) minhas portas estão abertas, mas entre com cuidado. Aqui todos podem colaborar, mas ninguém pode imperar (...) Não quero títulos, não almejo glórias. Faço questão de não virar academia, tampouco palácio. Eu sou o povo.(...)”, diz o manifesto de fundação da Escola.
Eis o visionário:
http://www.flordelotus.net/Candeia/sobreCandeia.asp
"Candeia estava descontente na Portela.
Em documento para o presidente da Escola Carlos Teixeira Martins feito por ele, por André Motta Lima, Carlos Sabóia Monte, Cláudio Pinheiro e Paulo César Batista de Faria – em 11 de março de 1975 dizia:
“Escola de samba é povo em sua manifestação mais autêntica. Quando se submete a influências externas, a escola de samba deixa de representar a cultura de nosso povo. Essas influências externas sobre as escolas de samba provêm de pessoas que não estão integradas no dia-a-dia das escolas. Não é mais possível continuarem os integrantes da escola sem acompanhar de perto tudo que se passa na Portela”.
E apontava uma série de sugestões, como a necessidade da Portela assumir posição de defesa do samba autêntico, que não foram sequer discutidas."
Veja o filme!

domingo, 16 de novembro de 2008

Propaganda brasileira: onde estamos nós (ainda invisíveis)

A propaganda brasileira representa bem as distorções do nosso país.

( entre neste link e comprove http://www.portaldapropaganda.com/vitrine/tvportal/2003/10/0003?data=2003/10)


Em um primeiro momento, uma comunidade, antes de ser plenamente reconhecida, é vista como um grupo de consumidores.
Incrível que a maioria da população passa ao largo de ser representada nos meios publicitários.

Isto mostra o quão rico nosso país é: ainda assim estamos entre os dez mais do mundo.

Lembro-me das propagandas de cerveja, sempre, ilustradas com loiros e loiras nórdicos.
Nunca me vi ali, e me perguntava, se as pessoas eram tão cegas, burras ou cínicas.
Ou se a vida era mais confortável assim, e aparentemente sem conflitos.

Outros produtos (quase todos) representavam o Brasil Ideal: a Finlândia.

Tempos de prêmios, e a compreensivel absorção do mundo da nossa propaganda.
Afinal, éramos iguais a eles, brancos, loiros e ruivos, olhos claros, sem gingado, anglos e saxões puros, linhagem direta de nobres europeus.

Anos depois, com o crescimento do mercado, percebemos que os atores e modelos em nossos comerciais começam a se aproximar do Brasil:percebemos loiras brasileiras, morenas.
Negros ainda numa representação reduzida, como em um pedido de desculpas.
Sorriem tanto, estes negros de comerciais que me pergunto: certamente riem de raiva, e por isso sorriem mais que todos, como para mostrar como são lindos e inteligentes e que mereciam oportunidades como protagonistas.

Mulheres e homens de comercial : por que não são negros?
O ideal de beleza brasileiro ainda não se emancipou.
Iremos importar a diversidade estética quando o mundo assim nos ordenar. Enquanto isso...

Os mais diversos produtos (sabonetes, margarinas, etc.) as familias, pessoas nas ruas, são todos brancos.
Nosso país é diverso , e diversas são as nossa ruas. Mas não os nosso comerciais.

A publicidade se utiliza e é utilizada pelo racismo à brasileira para nos invisibilizar.
Somos incinerados todos os dias na TV, outdoors e no coletivo das nossas mentes.
Caixas de incineração em massa. Aparecemos nas noticias quando negativas.

Mas continuaremos. Sabemos que nosso país somente será forte, quando se olhar, de frente, para o espelho. Somos muitos. Diferentes. Somos iguais.

E como alguém já disse há tempos atrás,as crianças estão olhando.
O nosso tempo é curto para desfazer o passado.
http://propagandas.multiply.com/video/item/27/27

domingo, 9 de novembro de 2008

Candeia - vá ao filme! "E verás que seu filho será principe de verdade!"











Homenagem a Candeia - RJ TV You Tube (veja!)




Poucos e muitos o conhecem.



Verdadeiro poeta e ser humano. Lindas letras e lindas canções (Machado, Drummond, Mário, Caetano e Chico. Tens aí um grande companheiro, não?).


"Sou o adeus de quem parte pra quem a vida é pintura sem arte (...)

Não, não basta ter inspiração,

Não basta fazer uma linda canção

Pra cantar samba se precisa muito mais,

Samba é lamento, é sofrimento, é fuga dos meus ais"


Candeia nos deu palavras, fina arte e ainda assim o desconhecemos.


Veja o filme, ouça a música, fique de olhos abertos. (fantásticos sambas de domingo, e de todos os dias. Obrigado, Mestre Jair!)


Candeia, lançou a Escola de Samba Quilombo que lutava contra o que as "Escolas" de hoje se tornaram.


As escolas seriam o embrião de líderes brasileiros nas comunidades mais carentes de esperança.

Embrião do povo organizado, com lazer, prazer e educação. Melhoria de si.

Hoje, se tornaram o palco do patrocinio instantaneo e dos holofotes para a "gente bonita".

Poderiam ter ajudado no aumento da auto-estima mas apenas reforçam tudo que já está aí.


Leia mais, tenha a Quilombo como a sua segunda escola favorita!

A segunda no coração, a primeira na mente!





“Estou chegando. Venho com muita fé. Respeito mitos e tradições, (...) busco a liberdade, não admito moldes (...) minhas portas estão abertas, mas entre com cuidado. Aqui todos podem colaborar, mas ninguém pode imperar (...) Não quero títulos, não almejo glórias. Faço questão de não virar academia, tampouco palácio. Eu sou o povo.(...)”, diz o manifesto de fundação da Escola.

Eis o visionário:


"Candeia estava descontente na Portela.


Em documento para o presidente da Escola Carlos Teixeira Martins feito por ele, por André Motta Lima, Carlos Sabóia Monte, Cláudio Pinheiro e Paulo César Batista de Faria – em 11 de março de 1975 dizia:



“Escola de samba é povo em sua manifestação mais autêntica. Quando se submete a influências externas, a escola de samba deixa de representar a cultura de nosso povo. Essas influências externas sobre as escolas de samba provêm de pessoas que não estão integradas no dia-a-dia das escolas. Não é mais possível continuarem os integrantes da escola sem acompanhar de perto tudo que se passa na Portela”.



E apontava uma série de sugestões, como a necessidade da Portela assumir posição de defesa do samba autêntico, que não foram sequer discutidas."



Veja o filme!









sábado, 8 de novembro de 2008

Uma trajetória, não um final


http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM907244-7823-CHICAGO+SE+ORGULHA+DA+ELEICAO+DE+BARACK+OBAMA,00.html

Sim, uma vitoria historica.

Mas nada veio do nada.
Os americanos tem um passado de guerras, contradições e lutas na defesa dos direitos das minorias por lá. (os negros são apenas 12% dos americanos).
Martin Luther King é reverenciado. Muitos outros escritores, politicos, jogadores de basquetes, desempregados, bonzinhos e maus são reconhecidos como negros.
Os negros estão se visibilizando e se humanizando nos EUA (sim, temos que lutar para sermos humanos!).

No Brasil? Não existe discriminação, não existem negros e brancos. Somos todos mestiços, graças a Deus.
Sim, a maioria de nós acredita nisso. E é por se enganar tão profundamente, que temos o melhor sistema racista do mundo. O mais eficiente, o que mata mas não provoca indignação.
Negros morrem aos milhares pela Violência, fome.
Negros estão em um sistema educacional falido. Mas estamos em uma democracia (?).
Apartheid social, silencioso, forte, cooptador, matador e cínico.

Em que, os maiores astros, engenheiros, pensadores ou não aparecem ou desaparecem sem destruir os mitos de inferioridade dos negros.
Em que pessoas de pele branca (com parentes negros) fazem piadas e querem ser descendentes de nobres europeus.

No Brasil, os negros são maioria absoluta. Repito: não temos a pele bronzeada. Somos negros.
Sempre mostramos o nosso valor, mas somos invisibilizados.

Um presidente americano negro vai aumentar a contradição do Sistema Racista Brasileiro.
O cinismo terá que cair por terra: queremos ser a maioria entre os politicos, juízes e entre a "gente bonita".

Em um Brasiligual, os negros também lideram.

domingo, 5 de outubro de 2008

África vira tema de exposição na UERJ

A África sempre foi e será referência para a humanidade.

Ali está a maior diversidade genética do planeta.
De lá todos viemos...
E lá temos a resposta para onde vamos (e se vamos...)
A arte africana é intensa, delicada e enraizada no humano.
Nos toca de uma forma profunda. Por quê?

Veja, sinta e toque arte africana.
A nossa raiz comum como seres humanos.

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África vira tema de exposição na UERJ

Publicada em 03/10/2008

ÁFRICA VIRA TEMA DE EXPOSIÇÃO NA UERJ

O público poderá conferir a partir do dia 14 de outubro, terça-feira, a mostra África?, na Galeria Cândido Portinari, da UERJ. A exposição, promovida pelo Departamento Cultural da Sub-reitoria de Extensão e Cultura, reúne diferentes olhos a partir dos temas África e afro-brasilidade. A idéia é pensar as possibilidades que o assunto abrange e que são diversas, como a questão dos afro-descendentes, da religião e das artes em si. A África que vemos e que estudamos, hoje em dia, é a da religiosidade e aquela de onde muitos habitantes foram trazidos forçadamente ao Brasil. Um dos intuitos dessa mostra é abrir o leque de conexões e discussões sobre esse continente exuberante.

“É uma exposição mista ou da multiplicidade. Vamos ter desde esculturas, gravuras, colagem, instalações e também artistas que não estão diretamente enquadrados no circuito das artes. A África é uma grande questão. Ao mesmo tempo em que reconhecemos a sua invisibilidade percebemos que ela perpassa em muitos aspectos a cultura brasileira e a gente não vê. Então vamos olhar. Uma coisa que me fascina é como a presença africana se manifesta na produção contemporânea de arte no Brasil de diversas maneiras, principalmente no carnaval e na religiosidade. O trabalho tem uma conexão se você pergunta. Então, por isso, o título da exposição é uma pergunta. Será que a gente não pode ver mais Áfricas do que aquelas que nos são oferecidas? Será que a gente não poderia colocar mais essa questão?”, explica o doutor em História e curador da exposição Roberto Luís Torres Conduru, diretor do Instituto de Artes da UERJ.

Exposição Africa na UERJ Exposição Africa na UERJ Exposição Africa na UERJ

A arte ocidental e muitos artistas contemporâneos foram intensamente influenciados pelas estéticas africanas. As referências vão das máscaras religiosas aos orixás e às ricas e coloridas padronagens dos tecidos e vestimentas. A mostra conta com obras dos artistas Carlos Feijó, Cristina Pape, Cristina Salgado, Jorge Rodrigues, Júnior de Odé, Leila Danziger, Lena Martins, Malu Fatorelli, Regina de Paula e Wuelyton Ferreiro e fica em cartaz até o dia 14 de novembro, de segunda a sexta, das 9h às 20h.

ÁFRICA?

Local: Galeria Cândido Portinari / UERJ

Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã

Tel.: (21) 2587-7796 / 7182

Inauguração: 14 de outubro de 2008, a partir das 19h

Visitação: até 14 de novembro, de segunda a sexta, das 9h às 20h

ENTRADA FRANCA

Marcio Albuquerque
Assessoria de Comunicação Social/DECULT/SR-3/UERJ
(21) 2587-7796 / 7182
(21) 9557-4965
comcult@uerj.b

sábado, 13 de setembro de 2008

MANIFESTO - CORREIO NAGÔ

Brasiligual se poê ao lado do MANIFESTO NAGÔ.
Leia, pense, repense.

Comunicadores negros, negras propostas e um objetivo:
Tornar este país em igual. Igualar ao diferenciar.

Fantásticas palavras que unem diferenças para igualar e somar, passado nagô e futuro na Internet.

http://www.correionago.com.br/sobre.php
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SOBRE O CORREIO



Uma das formas de resistência encontradas pelos primeiros negros escravizados trazidos à força para o Brasil, foi a transmissão de conhecimento e informação através da história oral. Assim nasceria o "correio nagô", adaptado à realidade enfrentada por cada um dos negros saudosos de sua terra, mas conscientes dos valores que naturalmente exigiam preservação. Dessa maneira, a oralidade ancestral africana foi um dos elementos inspiradores para a criação do nosso portal.

Idealizado a partir da mobilização de jovens comunicadores negros, comprometidos em combater a discriminação e exclusão socio-raciais que ainda persistem no nosso país, o Correio Nagô propõe uma intensa participação colaborativa dos seus leitores, além de estabelecer uma rede de informação oriunda de diversas cidades do interior da Bahia.

Outra missão do CN é estabelecer um canal de notícias tratando da cultura negra na Bahia, possibilitando a difusão do que vem sendo produzido por diversas comunidades e grupos militantes do movimento negro. É veiculando imagens, vídeos, notícias e eventos culturais abordando a temática afro, que o Correio Nagô pretende combater uma das piores formas de marginalização do nosso tempo: a falta de acesso à informação.

Informar e divertir, socializar e interagir. Esses também são outros verbos que propomos aos nossos leitores, parceiros e colaboradores.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Aída - alguém se lembra

Aos 24 anos, Aída dos Santos foi a única mulher na delegação brasileira que seguiu para Tóquio.

Além da falta de companheiras, ela também sofreu com a falta de apoio, já que ninguém acreditava que pudesse conseguir um bom resultado. Mesmo antes do embarque, ela teve de contornar até a falta de uniforme. Como confirmou sua vaga menos de uma semana antes do embarque, teve de recauchutar uma roupa que havia usado na disputa do Ibero-americano, no ano anterior, que era semelhante ao da delegação olímpica: saia cinza, paletó azul e camisa branca.

Já em Tóquio, foi sozinha ao estádio olímpico e comprovou sua solidão ao chegar ao vestiário, quando viu que suas adversárias tinham técnico, massagista, preparadores, até agentes. Sem qualquer identificação verde-amarela na roupa, ficava difícil para as adversárias saberem de onde ela era.

"Achavam que era de algum da país África", recorda a única negra de um país latino-americano na final.

Para chegar até a fase decisiva, ela saltou exatamente 1,70m, o índice inicial das eliminatórias. No Brasil, ela nunca havia ultrapassado 1,68m. Conseguiu a marca, mas acabou torcendo o pé. Aída explicou, dizendo ter estranhado as boas condições da competição. "Estava acostumada a cair na areia no Brasil. Aqui, já tem espuma."

Ajudada por médicos cubanos, ela pôde saltar a final. Começou com 1,70m, 1,72m e 1,74m. Não conseguiu superar o sarrafo colocado a 1,76m e viu as representantes russa, australiana e romena (Iolanda Balas, campeã com 1,90m) ficarem com as medalhas. Terminou em quarto lugar numa final com doze atletas. De quebra, bateu o recorde sul-americano.

Quatro anos depois, nos Jogos do México, foi saltar a pedido de um fotógrafo mexicano e torceu o pé esquerdo e precisou ser hospitalizada. Não se conformou com a situação, fugiu do hospital e foi para a Vila Olímpica.
Decidida a saltar de qualquer jeito, teve de assinar um termo de responsabilidade exigido pelo chefe de missão da delegação brasileira, Ivan Raposo. Terminou em 20º lugar, mas quebrou o recorde sul-americano.

Não foi aos Jogos de Munique/72. Segundo ela, foi cortada porque falou demais, e contou em um programa de TV as dificuldades que enfrentou no Japão.

sábado, 28 de junho de 2008

OUÇA e PENSE INAICYRA!



Vale a pena o
uvir o CD e pesquisar pela produção acadêmica e a vida de Ianaicyra.

Brasiligual recomenda!
http://www.iar.unicamp.br/docentes/som/inaicyra%2002.mp3

























em: http://www.inaicyra.hpg.com.br/trajetoria.htm

" Da porteira pra dentro, da porteira pra fora", com essa metáfora da territorialidade da tradição nagô, Mãe Senhora, Osun Miuwá, lyalorisá nilê Asé Opó Afonjá, caracterizava as iniciativas de estabelecimento de relações da comunidade religiosa com a sociedade envolvente, de valores distintos, na dinâmica da pluralidade sociocultural brasileira.

Mãe Senhora dinamizou a diplomacia com a sociedade envolvente, atraindo inúmeros artistas, intelectuais de projeção política, que vieram a reforçar a legitimação da comunidade num contexto histórico marcado pela adversidade e pela luta de afirmação de sua identidade civilizatória própria.

Nesse contexto que fora iniciado por Mãe Aninha e Martiniano do Bonfim, quando aceitaram participar do Congresso Afro-Brasileiro, organizado na Bahia por Edison Carneiro, é que também se dá a formação de Deoscoredes Maximiliano dos Santos, Mestre Didi, filho de Mãe Senhora.

Ele ampliará de maneira exuberante essa trajetória política de qualificação dos valores sagrados, também em seus desdobramentos criativos na sociedade "oficial", seja através de seus livros, seja sobretudo através da criação de sua obra escultórica de projeção internacional.

Inaicyra Falcão dos Santos, filha de Mestre Didi, participa deste contexto, e sua trajetória revela o legado dessa atuação "da porteira pra dentro, da porteira pra fora", como neta de Mãe Senhora.

Primeiramente no mundo da dança, toma conhecimento, através de inúmeras viagens ao exterior, de repertório infinito de gestos que desde a tradição religiosa se desdobra pelas ruas e palcos onde emerge o talento criativo alimentado pelo contínuo civilizatório negro-africano.

Ela mesma torna-se dançarina e pesquisadora deste universo, realizando estudos e concluindo cursos de pós-graduação na Universidade de Ibadan, na Nigéria, e participando das experiências de vanguarda de recriação da linguagem da dança no contexto afro-brasileiro, especialmente nas montagens dos autos coreográficos do Grupo Arte e Espaço da SECNEB, onde destacamos AJAKÁ, Iniciação para a Liberdade.

Posteriormente, já de volta definitivamente ao Brasil, exercendo a docência na Universidade de Campinas, descobre seu talento de cantora lírica, trabalhando na recriação da música sacra negra.

É toda essa dimensão de experiência estética que Inaicyra levará para o terreno da Educação, procurando revolucionar a pedagogia, referindo-se à emoção artística como fonte de mobilização para a aprendizagem, transmissão de conhecimento e saber.

Texto de Marco Aurélio Luz

sábado, 26 de abril de 2008

Somos Gênios

Personagens e personagens brasileiros são omitidos quando estudamos a nossa História.
Quando não assumimos as nossas origens ignoramos os gênios e fortes da nossa raiz brasileira.
Estamos nos conscientizando que nunca fomos feios, fracos, passivos e ignorantes.

Nunca chegaremos ao futuro se não nos olharmos e vermos as nossas origens africanas e a contribuição para aquilo que vagamente chamamos Brasil.

Somos eruditos, somos belos e sempre transformamos o nosso país em um cruzamento do melhor de vários povos, porque também somos vários.

Quando não tivermos vergonha de sermos negros, aí seremos mais brasileiros, sem pudor de sermos os líderes mais preparados para um mundo plural.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Maur%C3%ADcio_Nunes_Garcia

O preconceito racial existe e apenas aos excepcionais como José Garcia conseguem se destacar.
É preciso ser mais para um negro ser igual. Brasiligual luta: igualdade para ser HUMANO (sem precisarmos sermos SOBRE- HUMANOS).

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Extrato de http://gazetaonline.globo.com/jornalagazeta/caderno2.ag/caderno2_materia.php?cd_matia=427713&cd_site=86

Gênio

Em "Te Deum Requiem" está registrada uma das mais importantes obras do padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), compositor que colocou o Brasil na rota da música erudita da época. Para o regente da Orquestra Sinfônica da UFRJ, Ernani Aguiar, responsável pela direção musical do CD, o padre foi o maior compositor não-europeu de sua época. "Além do grande gênio que foi, ele atuou nos primórdios do ensino de música no Brasil", afirma Ernani.

Nascido no Rio de Janeiro, José Maurício Nunes Garcia transitava com tranqüilidade na corte, mesmo sendo mulato de origem humilde, neto de escravos. A chegada da Família Real proporcionou ao padre ganhos e perdas. "Com a vinda da corte, ele teve prazeres e agruras. O fato de ele poder contar com músicos melhores para executar suas músicas foi uma vantagem, mas ele também despertou a inveja entre alguns músicos que não aceitavam o fato de ele ser mulato. Isso influenciou sua música, principalmente pelo fato de José Maurício ter ligações com as camadas mais pobres", comenta o regente, que exemplifica: "No final da execução do ‘Requiem’, por exemplo, é possível notar influência das modinhas brasileiras. Isso fascina até hoje os europeus".

Para o cravista e diretor do disco "Modinhas Cariocas", Marcelo Fagerlande, esse gênero está na base das canções populares brasileiras. "Era um tipo de canção tanto da rua quanto dos salões, porque era sentimental. Era cantada por nobres e boêmios, em todos os lugares", explica.

Para a gravação, Fagerlande teve de adaptar esse universo musical ao formato do disco. "Gravar um álbum de modinhas é um desafio, porque é um gênero que poderia ser todo muito igual, já que são canções de amor geralmente lentas. Procurei colocar uma grande variedade de instrumentos e vozes."

Segundo o professor da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) Sérgio Dias, a vinda da Família Real portuguesa provocou uma grande reviravolta nos destinos da música no Brasil, porque a corte exigia uma pompa a que não estávamos acostumados. "Tudo se transformou muito. As crônicas da época afirmavam que o Rio de Janeiro era a cidade com a maior quantidade de pianos do mundo", cita Dias, referindo-se à tradição musical da capital fluminense, realidade que se mantém até hoje.

domingo, 6 de abril de 2008

Negros à vista!

A TV brasileira vem se dobrando à força do brasileiro.
Ver-se no espelho é uma necessidade humana. Os negros não tinham vez nas novelas e propaganda brasileiras. Agora, com a ascensão da classe média e aumento da renda (e não por conscientização dos profissionais de mídia) os negros se tornaram visíveis.

Chegará o dia em que tornaremos este poder econômico - e em breve midiático - em poder político.

Somos 50% da população, com ascensão de poder econômico. Ou seja, para crescer e ser feliz o Brasil precisa de nós!

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Em: http://exclusivo.terra.com.br/interna/0,,OI2009213-EI9058,00.html

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'Duas Caras' valoriza a beleza afro no horário nobre

Ana Carolina de Souza



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A novela Duas Caras reúne time inédito de jovens e belas atrizes negras, mais perfeitas traduções femininas da música Negro Gato - sucesso de Roberto Carlos e tema do personagem Evilásio (Lázaro Ramos) na voz de MC Leozinho.

» Fotos: as musas da trama
» Leia o resumo da novela
» Leia mais notícias em O Dia

A atriz e ex-BBB Juliana Alves, 25 anos, é uma delas. Ela vive Gislaine Caó. "Apesar de o figurino dela não ter nada a ver comigo, estou me divertindo com esse visual funkeiro", confessa. Juliana fez uma série de tratamentos para diminuir o volume do cabelo.

"Os fios ficaram esticados, não estão lisos nem enrolados. Para os cachos ficarem mais bem definidos, faço uma trança e só tiro na hora de sair de casa", ensina a atriz.

A estreante Raquel Fiuna, 20 anos, comemora seu papel na trama das 20h, a prostituta Victoria. "Estou realizando o grande sonho da minha vida: atuar numa novela", conta ela, que fez aulas para aprender danças sensuais. "Meu próximo namorado vai ser um cara de sorte", brinca.

Outra personagem que está dando o que falar é Sabrina, a doméstica de Cris Vianna, 30 anos, que vive às voltas com o filho do patrão, Barretinho (Dudu Azevedo), que tenta de tudo para seduzi-la. "Isso de não saber se ela vai ceder ou não está sendo ótimo", conta Cris, que mantém a forma com boa alimentação e balé clássico.

"Não gosto de fazer musculação", conta ela. Cris aprova a escolha do elenco. "Duas Caras trata do que já é realidade. Tem empregada branca e negra, tem favelado branco e negro", analisa. Também do núcleo da Portelinha, Adriana Alves, 30 anos, foi convidada pelo diretor Wolf Maia para interpretar a sarada Morena. "Wolf me disse que precisava de uma atriz que chamasse atenção pelas curvas", lembra. Adriana confessa sofrer para manter o corpo em forma.

"É muita malhação, exercícios localizados, muito líquido e boa alimentação", conta a atriz, que diz ter passado por dificuldades no início da carreira por ser negra: "Mas Duas Caras está aí para fazer essa diferença. São muitas atrizes negras e lindas no elenco. Estamos bem representadas."

O Dia

domingo, 30 de março de 2008

Executivos - estaremos na próxima capa

A falta da visibilidade de lideranças negras deprime. Visibilidade, sim, pois lideranças negras e exemplos existem.

Temos que buscar na mídia estes casos e noticias sobre os novos líderes, preparados para o desafio deste novo século.

Brasiligual busca estas informações: mostrar que silenciosamente, o interesse na diversidade aumenta a cada dia e que a inserção do país no mundo provocará e será fruto da nossa ascensão.

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No blog da Miriam.

Executivos de Valor

Líderes brasileiros são todos iguais, só mudam de empresa

Caro leitor, dê uma olhada no jornal Valor Econômico desta terça. Lá na capa estão os retratinhos de 21 líderes de Valor, escolhidos como os "Executivos de Valor".

O que há de errado naquela longa fila de retratinhos? Eles são todos homens, e todos brancos! Tente fazer uma lista desta nos Estados Unidos e você terá muito mais diversidade. O Brasil acostumou-se com isso como se fosse normal, num país onde as mulheres tem mais escolaridade, que os homens, num país em que metade da população é classificada como negra pelo conceito do IBGE (que junta pretos e pardos), é no mínimo estranho que só haja destaque para homens brancos.

A culpa evidentemente não é do jornal. Ele é apenas o mensageiro. No universo onde escolhe os que se descatam e chegam às chefias das empresas são homens e brancos. As mulheres começam lentamente a furar o teto que as limitou à média gerência e algumas estão chegando aos boards das empresas. Mas é tão raro que, quando uma vira presidente, vira ao mesmo tempo uma celebridade.

As empresas brasileiras precisam olhar direito seus processos de seleção e de promoção porque, se olharem com honestidade, verão os mecanismos de filtro discriminatórios muito bem escondidos no jeitinho brasileiro de discriminar, o dissimulado.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Documentario Preto e Branco - vale a pena assistir


Um documentário que vai além do título


e analisa mais profundamente as relações raciais e sociais no Brasil.
Vale a ver, rever e compreender.

E mais uma vez, reafirmar que existe preconceito.
Desconcertante é ver que o preconceito é inato, como na passagem da negra que sente os olhares em São Paulo à sua presença. Enquanto isso, pede que os nordestinos saiam de São Paulo.
Somos humanos, os pecados dos outros são os nossos pecados.

Por isso, temos que nos unir em uma luta diária a favor de nós mesmos.


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"Preto e Branco" analisa relações inter-raciais no país
Foto Divulgação
O rapper Sabotage em cena do documentário Preto e Branco

SÃO PAULO (Reuters) - O documentário "Preto e Branco", de Carlos Nader, avalia a idéia suspeita de que as raças coexistem de forma pacífica e harmônica no Brasil.

O filme, que estréia na sexta-feira em São Paulo, é composto por quatro curtas-metragens documentais. Para comprovar a sua tese, Nader mostra diversos personagens, brancos e negros, em seus cotidianos. Assim, ele prova como o racismo e a cor da pele influenciam as vidas dessas pessoas.

"Os problemas raciais estão longe de ser resolvidos no Brasil. Aliás, andam de mãos dadas com a questão social", disse Nader em entrevista à Reuters.

No primeiro episódio, o documentarista investiga como um homem branco e cego de nascença encara a questão do preconceito racial. "Meu interesse era saber como uma pessoa que nunca viu cores, encara a diferença entre o preto e o branco. O resultado foi inesperado", contou.

No segundo segmento, como o próprio Nader explicou, há a "lavagem de roupa suja entre um casal e um representante do Movimento Negro". Esse acerto de contas mostra a diferente visão de cada lado sobre a questão racial. O casal, formado por um branco e uma mãe de santo negra, tinha uma velha rixa com o homem e a discussão entre eles mostra como muitas pessoas encaram a diferença da cor de pele no Brasil.

O terceiro curta estabelece paralelos entre dois afro-descendentes de sucesso. De um lado está um advogado e de outro o rapper Sabotage, morto em 2003.

No último episódio, "Preto e Branco" retrata um casal que, segundo o próprio diretor, é até um clichê. "Mostramos o dia-a-dia de uma mulata, passista de escola de samba, casada com um holandês. Os dois viviam entre o Brasil e a Holanda e abordamos a questão racial na vida deles", definiu Nader.

O diretor contou que percebeu uma mudança ao longo dos anos e os negros deixaram de ter vergonha da sua cor. "Mulheres que se definiam como mulatas passaram a se assumir como negras. Isso reflete uma mudança na abordagem dessa questão", explica. Para o diretor, "elas passaram a sentir orgulho do que são".

Nader se interessou pelo tema quando vivia na Europa e trabalhava em redes de TV locais. Ele notou que o Brasil tem uma forma muito peculiar de lidar com a questão do preconceito racial.

Enquanto fazia um documentário sobre o assunto para um canal europeu, percebeu que este era um tema que poderia ser explorado. "Ao longo dos quatro anos que trabalhei nos curtas surgiram mudanças na abordagem da questão racial no Brasil", disse.

O tema central dos filmes do videomaker é a busca da identidade. Nader produziu diversos documentários para canais de televisão europeus e, em 2000, ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria melhor vídeo com o curta "Carlos Nader". Seu mais novo trabalho, "Cross", concorre no VideoBrasil 2005 no próximo mês.

terça-feira, 18 de março de 2008

Visita de Rice à Bahia - expõe contradições do Brasil

A passagem de Condoleeza Rice demonstra a distancia entre Brasil e EUA na questão das oportunidade aos negros e quantas oportunidades perdidas.

O presidente Lula necessita brigar para ter um negro na Suprema Corte. O Brasil é o país do futuro enquanto se esconder e esconder boa parte da sua população.



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Em http://br.invertia.com/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200803140313_RED_71084592

Governador pede apoio de Condoleezza para mais vôos à BA

Fabiane Madeira
Direto de Salvador

O governador da Bahia, Jaques Wagner, pediu à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, apoio para conseguir mais vôos dos Estados Unidos para o Estado, pois atualmente só tem um vôo direto por semana para Salvador.

A visita da secretária é estratégica para a revisão do acordo comercial bilateral entre Brasil e EUA que determina a quantidade de vôos originados para ambos os países. A Secretaria de Turismo acredita ser esse um documento já ultrapassado, porque não contempla uma nova realidade: o crescimento do turismo étnico-afro na Bahia, motivado pela curiosidade dos negros americanos em conhecer a sua ancestralidade africana.

O Programa de Desenvolvimento do Turismo Étnico-afro foi lançado pelo governo em agosto do ano passado, durante as festividades da Festa da Irmandade da Boa Morte, em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, que a cada ano atrai um número cada vez maior de visitantes estrangeiros. Na época, o Ministério do Turismo assinou um convênio no valor de R$ 1,245 milhão para ações imediatas de diagnóstico.

sábado, 15 de março de 2008

Lula pede espaço para negro - Obrigado, Presidente, mas "Nós" iremos à luta!

Quando mais um presidente (o primeiro foi Fernando Henrique Cardoso) admite o racismo no Brasil devemos refletir: quando a raiz do nosso atraso será atacada?
A escravidão está profundamente arraigada na nossa cultura.

Elevadores de serviço e quartos de empregada são a testemunha de quanto ainda somos dependentes do atraso economico de parte da nossa população.

É incompatível o desenvolvimento sem a liderança da maioria da população.
Somos invisíveis, e para um Brasil potência, seremos líderes.

A revista Veja continua a ignorar o problema. Minimiza o fato, diz que o presidente reclama novamente da imprensa, relembra o caso da Ministra anterior.
Erros devem ser punidos e ponto.
Enquanto a revista elogia os americanos pelos feitos e liberalidade economica, seletivamente esquece do desenvolvimento social e busca de igualdade (especifico aos negros, que lá são minoria) naquele país.

Mas cabe a nós, brasileiros de todas as origens, argumentar e modificar a linha editoria da revista (ou mudar de leitura).


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Lula pede espaço para negro
14 de Março de 2008

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na madrugada desta sexta-feira que os negros precisam de chances para ampliar seu papel na sociedade. Em discurso na cerimônia de formatura da primeira turma da Unipalmares, universidade paulista que tem 87% de alunos negros, Lula lamentou os efeitos do preconceito racial no país. De acordo com ele, há poucos negros em profissões de destaque, mas esse quadro deve melhorar daqui em diante.

"A gente tem que acreditar que o Brasil começou a mudar, porque a gente não via um negro no banco a não ser que fosse para depositar dinheiro para o patrão. A gente não via negro dentista nem médico. Poucos negros são advogados", disse o presidente. "Eu lembro o esforço que fiz para encontrar um negro para levar para a Suprema Corte deste país", completou ele, em referência ao ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Como de costume, Lula reclamou da imprensa, dizendo que os jornais, revistas e emissoras de televisão costumam mostrar os negros em situações negativas. "Quero que a imprensa consiga retratar a beleza e a cara desses jovens que estão recebendo seus canudos. Porque muitas vezes o povo não consegue nem conquistar a auto-estima. Quando mostram um negro na televisão, normalmente é quando ele está sendo preso pela polícia", disse o presidente.

A formatura, realizada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, reuniu dezenas de políticos e autoridades. Além de Lula, estavam na cerimônia o governador de São Paulo, José Serra, o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, e seis ministros, incluindo o novo titular da pasta da Igualdade Racial, Edson Santos. A antiga ocupante do cargo, Matilde Ribeiro, caiu por causa do escândalo dos cartões corporativos -- ela pagou despesas pessoais com eles.

domingo, 9 de março de 2008

O racismo existe no Brasil (ou "Uma Mentira Conveniente")

(fonte do gráfico:reportagem abaixo)

Existe uma lenda que no Brasil não existe racismo. A maioria dos defensores desta idéia desconhecem a História brasileira. Não sabem da repressão e politicas oficiais contra os negros.

Mais do isso: basta olhar para fora nas ruas que se vê o preconceito.

Negros eram impedidos de ser comerciantes , de praticar a sua religião, escolher livremente as suas esposas e maridos. Mesmo assim, fomos líderes da sociedade brasileira - Machado de Assis, Pelé, Aleijadinho, Henrique Dias - honram o nosso nome. Por ignorar o negro o brasileiro é o menos patriótico dos povos. Como podemos fingir esquecer metade do nosso povo e ficarmos em paz?

A reação dos internautas ao arquivo abaixo (neutro na sua argumentação) demonstra como a parte mais esclarecida do país (e que se associa aos "brancos" brasileiros) teme perder o dinheiro público , fácil e garantido do Estado.

Por quê? (ou melhopr, até quando?)

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01/03/2008 - 08h00 - Atualizado em 01/03/2008 - 10h13

Apenas um negro passa em medicina na Fuvest 2008

Ao todo, 37 cursos não têm nenhum ingressante negro na primeira chamada.Os convocados negros somam 1,8% dos calouros.

Somente um estudante negro foi convocado em primeira chamada para cursar medicina em 2008 pela Fuvest. A Universidade de São Paulo (USP) em São Paulo e em Ribeirão Preto e a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa ofereceram, ao todo, 375 vagas. A informação é do questionário socioeconômico do vestibular 2008, respondido por 369 ingressantes no curso.

O número de indígenas foi maior que o de autodeclarados negros: dois contra um. A Fuvest, fundação que realiza o processo seletivo, divide os estudantes em cinco categorias. Além dos negros e índios, 28 estudantes se declararam pardos, 59, amarelos e a grande maioria, 279, brancos.

Em medicina, a proporção de negros em 2008 não é muito diferente dos últimos vestibulares. O vestibular 2007 foi o que teve mais negros, entraram quatro. Nos dois anos anteriores, somente um estudante se declarou negro. E há cinco anos, nenhum se declarou negro.




Mas se a desproporção é grande em medicina, que tem a nota de corte mais alta na primeira fase, em outras carreiras pode piorar: em 37 nenhum candidato autodeclarado negro conseguiu garantir uma vaga. Entre esses cursos está jornalismo, que foi o mais disputado do processo seletivo 2008. Ainda de acordo com os dados da USP, o concorrido curso de direito, teve apenas quatro calouros negros, dentre os 560 ingressantes.

Para o Frei Valnei Brunetto, que dirige a Educafro, uma ONG voltada para a inclusão social do negro e que oferece cursinhos comunitários, os percentuais mostram que o negro ainda não garantiu o acesso na maior universidade pública do país.


“A grande maioria da nossa sociedade marginalizada é a de cor negra. Isso se reflete nas nossas instituições de ensino superior”, afirma. “Não defendemos as cotas como algo eterno ou permanente, mas como um instrumento para resolver essa desigualdade, que é momentânea. Quando a sociedade atingir a equiparação entre as raças, não fará mais sentido ter cotas.”

Top do ranking da diversidade

No top do ranking da diversidade está o curso de ciências da atividade física, na USP Leste, que classificou oito negros dentre os 60 calouros. Um dos ingressantes preferiu não declarar a cor e não respondeu ao questionário socioeconômico. A proporção de autodeclarados negros é de 13,6%.

Logo em seguida, aparece o curso de música em Ribeirão Preto, com 10,3% de negros e, em terceiro lugar está a licenciatura em artes cênicas, com 10% de negros convocados na primeira chamada.

No geral, 1,8% dos ingressantes na USP são negros, 0,3% são indígenas, 10,9% são pardos, 9% são amarelos e a maioria, 78%, se declarou branca.

No Brasil, segundo dados de 2007 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49,7% da população é branca, 6,9% preta, 42,6% parda e 0,8% amarela ou indígena. Já no Estado de São Paulo, o percentual da população que se declara branca é maior do que na média do país, 67,9%, e o de negros, menor: 5,8%.

Inclusão social na USP

A USP não tem cotas. Sua política de ação afirmativa é oferecer 3% de bônus sobre a nota no vestibular de estudantes que tenham estudado na rede pública. Pelo segundo ano consecutivo a universidade não conseguiu atingir as metas de inclusão social. O G1 entrou em contato com a universidade às 14h15 desta sexta-feira (29). A asssoria de imprensa retornou às 16h30 e informou que não havia ninguém disponível para falar sobre o assunto nessa sexta.

Para o Frei Valnei, o acréscimo na pontuação não atinge seu objetivo. “A medida é muito aquém da necessidade do estudante. São necessários instrumentos melhores do que esse bônus. É um auxílio que é de fachada e não gera mudanças substanciais”, avalia.


terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Quem foi Rubem Valentim? Negro? Emblema da arte?

Mestre e criatura. (Vc já foi a Bahia, nego? então vá ver no MAM-BA aonde está a força daquela terra!)
Quem seríamos sem estes homens que vão além?
Valentim se descobriu brasileiro valorizando o seu "eu" negro, sem se esquecer branco e índio.
Brasiligual lembra: o orgulho de sermos vários, nos fará lembrar o prazer de sermos africanos.
Nos descobrindo assim saberemos as nossas forças e o trabalho por terminar em nosso país. Ignorando as nossas origens apenas nos atrasaremos e sofreremos mais como alguém que renega os seus pais.



Em http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo2/modernidade/espraiamento/bahia/valentim/index.html

"(Salvador, BA, 9/ 11/ 1922 - São Paulo, SP, 30/ 12/ 1991)

Considerado um dos mestres do construtivismo no Brasil, Rubem Valentim é comparado a Alfredo Volpi e Tarsila do Amaral, no sentido em que os três, cada um a seu modo e a seu tempo, criaram uma linguagem individual que os tornou facilmente reconhecíveis até para um público leigo através da realização de uma antropofagia de fato, reunindo influências externas para criar uma arte autenticamente brasileira, partindo de imagens subjetivas mas construindo sua obra objetivamente. No caso de Rubem Valentim, isto está claro nos seus emblemas que, a partir de signos do candomblé, se transformam em uma simbologia construtiva consoante com a linguagem internacional."

Em http://www.pitoresco.com/brasil/valentim/biografia.htm

«Minha linguagem plástico-visual signográfica está ligada aos valores míticos profundos de uma cultura afro-brasileira (mestiça-animista-fetichista).

«Com o peso da Bahia sobre mim - a cultura vivenciada; com o sangue negro nas veias - o atavismo; com os olhos abertos para o que se faz no mundo - a contemporaneidade; criando os meus signos-símbolos procuro transformar em linguagem visual o mundo encantado, mágico, provavelmente místico que flui continuamente dentro de mim.


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Mas um dia esquecido pela mídia? (por acaso?)


Bem, mais um dia esquecido pela mídia.
O dia de MARTIN. Dia do líder negro que mobilizou milhões pacificamente.
Símbolo de algo que não querem que aconteça no Brasil.

Os EUA, segregacionista, tem como uma das datas mais respeitadas, o dia de Martin Luther King.
Os negros americanos são minoria.

No Brasil, somos MAIORIA.
No Brasil, a data de Zumbi é desconhecida, folcórica.
No Brasil, país dominado pela cultura, símbolos negros, não se falou de MARTIN.


Brasiligual (re)fala:

- Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização

- Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.

E (re) inventa:

Esquecidos somos, lembrados seremos.
Se o Brasil é o país do futuro, é por que nos espera para liderá-lo.


01 O que afeta diretamente uma pessoa, afeta a todos indiretamente.

02 Enfrentaremos a força física com a nossa força moral.

03 Tenho visto demasiado ódio para querer odiar.

04 Eu tentei ser direto e caminhar ao lado do próximo.

05 Não permita que ninguém o faça descer tão baixo a ponto de você sentir ódio.

06 Nunca estarei satisfeito até que a segregação racial desapareça da América.

07 Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.

08 Eu tenho um sonho de que um dia meus quatro filhos vivam em uma nação onde não sejam julgados pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter.

09 O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons.




Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

<>

Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.