sábado, 15 de março de 2008

Lula pede espaço para negro - Obrigado, Presidente, mas "Nós" iremos à luta!

Quando mais um presidente (o primeiro foi Fernando Henrique Cardoso) admite o racismo no Brasil devemos refletir: quando a raiz do nosso atraso será atacada?
A escravidão está profundamente arraigada na nossa cultura.

Elevadores de serviço e quartos de empregada são a testemunha de quanto ainda somos dependentes do atraso economico de parte da nossa população.

É incompatível o desenvolvimento sem a liderança da maioria da população.
Somos invisíveis, e para um Brasil potência, seremos líderes.

A revista Veja continua a ignorar o problema. Minimiza o fato, diz que o presidente reclama novamente da imprensa, relembra o caso da Ministra anterior.
Erros devem ser punidos e ponto.
Enquanto a revista elogia os americanos pelos feitos e liberalidade economica, seletivamente esquece do desenvolvimento social e busca de igualdade (especifico aos negros, que lá são minoria) naquele país.

Mas cabe a nós, brasileiros de todas as origens, argumentar e modificar a linha editoria da revista (ou mudar de leitura).


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Lula pede espaço para negro
14 de Março de 2008

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na madrugada desta sexta-feira que os negros precisam de chances para ampliar seu papel na sociedade. Em discurso na cerimônia de formatura da primeira turma da Unipalmares, universidade paulista que tem 87% de alunos negros, Lula lamentou os efeitos do preconceito racial no país. De acordo com ele, há poucos negros em profissões de destaque, mas esse quadro deve melhorar daqui em diante.

"A gente tem que acreditar que o Brasil começou a mudar, porque a gente não via um negro no banco a não ser que fosse para depositar dinheiro para o patrão. A gente não via negro dentista nem médico. Poucos negros são advogados", disse o presidente. "Eu lembro o esforço que fiz para encontrar um negro para levar para a Suprema Corte deste país", completou ele, em referência ao ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Como de costume, Lula reclamou da imprensa, dizendo que os jornais, revistas e emissoras de televisão costumam mostrar os negros em situações negativas. "Quero que a imprensa consiga retratar a beleza e a cara desses jovens que estão recebendo seus canudos. Porque muitas vezes o povo não consegue nem conquistar a auto-estima. Quando mostram um negro na televisão, normalmente é quando ele está sendo preso pela polícia", disse o presidente.

A formatura, realizada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, reuniu dezenas de políticos e autoridades. Além de Lula, estavam na cerimônia o governador de São Paulo, José Serra, o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, e seis ministros, incluindo o novo titular da pasta da Igualdade Racial, Edson Santos. A antiga ocupante do cargo, Matilde Ribeiro, caiu por causa do escândalo dos cartões corporativos -- ela pagou despesas pessoais com eles.

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Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

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Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.