quarta-feira, 25 de abril de 2007

Para quem acha que Igualdade e Diversidade não combina com economia de mercado...

EM https://www.latam.citibank.com/brasil

Diversidade

Programa de Estágio Citigroup - UniPalmares

Como parte de seu compromisso com a diversidade e inclusão social, o Citigroup desenvolveu uma parceria com a UNIVERSIDADE DA CIDADANIA ZUMBI DOS PALMARES (“UniPalmares”). Este projeto tem como objetivo a promoção da diversidade no Citigroup, por meio de um programa de desenvolvimento e capacitação de jovens estudantes da UniPalmares. Força de vontade, interesse em aprender, facilidade para aceitar sugestões/críticas e abertura a novas experiências são características muito valorizadas no Citigroup, buscadas nos estudantes que farão parte desse programa. O Programa de Estágio Citigroup – UniPalmares possibilitará ao estudante:

Adquirir experiência em ambiente profissional;

Participar de treinamento e desenvolvimento monitorados oferecidos pelo Citigroup Brasil;

Ter a possibilidade de efetivação*; e

Atuar durante 12 meses no Citigroup Brasil**.
Buscamos: promover diversidade com o objetivo de fazer do Citigroup Brasil uma das mais respeitadas companhias de serviços financeiros globais e uma das melhores empresas para se trabalhar. Vale ressaltar que novamente fomos incluídos na lista das 150 Melhores Empresas para se Trabalhar da Revista Exame, reconhecidos em 2006 como a melhor empresa entre os bancos, e uma das 10 melhores empresas para as mulheres trabalharem.
Processo de seleção

Estão abertas as inscrições para o processo de seleção do Programa de Estágio Citigroup – UniPalmares.
Inscrições e Seleção

Período de inscrição: de 01/09 a 15/09.
Processo de Seleção: durante o mês de Setembro/2006, iniciando-se no dia primeiro.

Consiste de 3 etapas sendo as duas primeiras eliminatórias:

1 - Entrevistas individuais;

2 - Dinâmicas de grupo;

Painel de apresentação a ser realizado pelos inscritos que passaram pelas etapas 1 e 2 aos gestores do Citigroup Brasil.


As vagas serão abertas para estágio no Citigroup Center, Água Branca ou Agências do grupo.
Início do Programa de Estágio Citigroup – UniPalmares: Outubro/ 2006.
O Programa

O Programa de Estágio Citigroup – UniPalmares está estruturado em módulos de desenvolvimento e acompanhamento dos estagiários durante o período de atuação no Citigroup Brasil e oferecerá ao estagiário:

Programa de Integração ao Citigroup no Brasil

Treinamentos presenciais e via e-learning oferecidos pelo Citigroup Brasil

Acompanhamento do estágio por especialista da área de Desenvolvimento de recursos humanos; e

Informações sobre Comportamento Organizacional, além da oportunidade de conhecer como uma instituição financeira funciona.


O objetivo deste programa é enriquecer o convívio e agregar valor ao negócio através da diversidade.

Os candidatos terão a oportunidade de atuar nos diferentes segmentos do Citigroup.

Somos igulamente representados?

Em http://www.senado.gov.br


"Carregam o piano"

Durante a entrevista, o senador Paim conseguiu citar de memória apenas cinco deputados e ele próprio como os únicos negros no Congresso Nacional. Os deputados são Luiz Alberto (PT-BA), Reginaldo Germano (PP-BA), Vicentinho (PT-SP), João Grandão (PT-MS) eAlceu Collares (PDT-RS).

- Estou com dificuldade para lembrar de meia dúzia - disse Paim, ao enumerar a bancada da Câmara.

Embora o Congresso tenha a bancada ruralista, a bancada evangélica, a bancada da saúde, a sindicalista, a dos empresários e várias outras, não há, observou Paim, uma forte bancada dos negros.Perguntado sobre qual é a causa dessa sub-representação dos negros, afirmou:

- A comunidade negra é chamada a carregar o piano, mas não pode tocar nem dançar no baile. Quero dizer com isso que os negros são chamados a votar, a fazer campanha, mas não há incentivo para que eles sejam candidatos. Há muita gente que se diz do lado dos negros, mas para que os negros votem nele; não para votar em negros - afirmou.

Os brancos são maioria no Congresso, embora representando 52% da população. Se os negros e mulatos estivessem representados na Câmara dos Deputados em número igual ao de sua porcentagem na população geral, haveria 236 deputados negros e mulatos, escreve Johnson III.

A visível ascendência africana não classifica um parlamentar como negro, na opinião de Paim. Muitos mestiços e mulatos não assumem a origem africana, segundo o senador.

- Para ser um parlamentar negro, ele tem que se assumir como negro. Se não assumir a causa negra, ele não é um parlamentar negro, porque não representa o negro no Congresso, não debate, não encaminha, não faz nada em defesa dos negros. A miscigenação no Brasil é muito forte e o estigma contra o negro também - disse.

Na interpretação do senador, uma das causas dessa sub-representação dos negros é a questão econômica. Ele ressaltou que a comunidade negra é mais pobre, estando, em sua maioria, "na base da pirâmide".

- Mesmo na fábrica, os operários brancos têm salário melhor; os mais pobres são os negros. Existem brancos tão pobres quanto ele, mas a maioria dos mais pobres é negra, por isso a ascensão política dos brancos é maior. Como é que o negro vai poder fazer campanha? - perguntou o senador.

Paim ressaltou que essa situação vem desde a escravidão, "um sacrifício passado de pai para filho".

- Como lá atrás foi sacrificado, tem dificuldade para acompanhar o crescimento econômico. Não que seja menos competente; essa não é a questão - frisou.

O senador disse ter ouvido de integrantes de uma delegação de Moçambique no Brasil a observação de que eles não viram negros no agronegócio.

- Ora, agronegócio é para os donos de terra e a terra é dos brancos desde a escravidão - disse o senador."


(...)

Estatuto promove igualdade racial

Tramita na Câmara dos Deputados, depois de aprovado em decisão terminativa pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, a proposta do senador Paulo Paim (PT-RS) que institui o Estatuto da Igualdade Racial (PLS 213/03) . O estatuto contém mecanismos para a promoção da igualdade racial, inclusive nos meios de comunicação.

Os filmes e programas veiculados pelas emissoras de televisão deverão apresentar imagens de pessoas afrodescendentes em proporção não inferior a 25% dos atores, As peças publicitárias para televisão e em salas de cinema deverão apresentar imagens de pessoas afrodescendentes em proporção não inferior a 40% do total de atores.

Para ampliar a participação política, cada partido ou coligação deverá reservar o mínimo de 30% para candidaturas afrodescendentes. Com o objetivo de ampliar o mercado de trabalho, empresas com mais de 20 empregados poderão receber, por meio de lei específica, incentivos fiscais se mantiverem uma cota de, no mínimo, 20% para trabalhadores negros.

É garantido às vítimas de discriminação racial o acesso gratuito à Ouvidoria Permanente do Congresso Nacional, à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário em todas as suas instâncias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.

O projeto também assegura tramitação preferencial aos processos judiciais movidos por discriminados racialmente em todas as instâncias judiciárias. De acordo com o texto, todos têm o dever de denunciar à autoridade competente qualquer forma de negligência, discriminação ou opressão que tenham testemunhado ou sobre as quais tenham tomado conhecimento, diz o Estatuto.

O substitutivo de Tourinho mantém os principais pontos propostos por Paim e prevê a criação do Fundo de Promoção da Igualdade Racial, que tem como objetivo financiar as ações de acesso dos negros à Justiça. Outra inovação é a definição de marcos para o reconhecimento de terras ocupadas pelos remanescentes dos quilombos."

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Opinião

Em:http://www.oindividuo.com/


A PUC E A ROCINHA
Ronaldo Alves

Entrevistar o advogado e escritor Ronaldo Alves foi uma experiência singular, para dizer o mínimo. É emocionante ver os olhos deste ser humano de grandeza ímpar brilharem ao falar de sua experiência no morro da Rocinha e da causa negra.






(...)

OI - Ainda sobre o artigo, o que você acha da affirmative action?

RA - É uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que pode ser positiva, por permitir uma maior integração do negro na universidade, pode ter o efeito negativo de, ao fixar uma quota para a entrada do negro na universidade, não permitir que entrem negros além daquela quota. Ou seja, se você fixa a participação do negro em 20%, e se 30% dos melhores candidatos forem negros? Esses 10% que sobram saem perdendo. Há muito o que discutir sobre essa política, mas é preciso discutir sem preconceitos.

OI - Fale um pouco sobre a sua infância na favela.

RA - Foi uma infância difícil, como a de todos os outros garotos favelados, mas eu nunca perdi o bom humor. Eu sempre fui considerado meio esquisito pelos outros, porque passava noites em claro lendo, à luz de velas. Lia de tudo, desde fotonovelas a Stendhal. Outro que foi muito importante para mim foi Érico Veríssimo. Mas eu também catava alumínio, como os outros meninos, para ganhar uns trocados. Quando eu tinha catorze anos, fui procurar emprego pela primeira vez, numa joalheria da Zona Sul. Vesti a minha melhor roupa, calcei meus melhores sapatos, fui todo arrumado. Entrei lá e me disseram que a vaga já estava tomada. Mas quando eu ia saindo, ouvi uma frase que me marcou por toda a vida. O senhor que tinha me atendido virou-se para um outro e disse: "Que menino estranho. Tem cara de bandido..." Foi aí que eu resolvi que ia estudar, que ia sair da favela. Resolvi mostrar que o favelado não é o cara sujo, perigoso e analfabeto que a maioria das pessoas acha que é. Alguns anos depois, fiz supletivo à noite e acabei passando num vestibular para Direito e cursando a faculdade.

OI - Interessante que você fale no preconceito do asfalto contra a favela. Não seria um problema mais sério, no Brasil, o preconceito social do que o preconceito racial?

RA - O apartheid brasileiro é social, sem dúvida. Não tem só preto na favela, não. Tem muito branco e mulato também. Por que é que ninguém faz uma passeata em defesa do branco pobre? Ainda existem, no Rio de Janeiro, favelas onde as pessoas não têm nem luz elétrica e dormem no chão, no meio de valas de esgoto, na companhia de ratos. Mas a sociedade continua ignorando isso. Perto delas, a Rocinha chega a ser de classe média. O verdadeiro problema do negro é o problema dessas pessoas que não têm sequer condições dignas de sobreviver. É o problema da justiça social. Vamos deixar esse negócio de injustiça para os brancos. O que nós, negros, queremos é justiça.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Raça e desigualdade entre as mulheres: um exemplo no sul do Brasil

Maria Teresa Anselmo Olinto 1,2
Beatriz Anselmo Olinto 3


(...)

Introdução

As desigualdades sociais entre as regiões do Brasil têm sido amplamente descritas. Diversos trabalhos apontam para melhores indicadores nas regiões Sul e Sudeste comparado com o restante do país. O Sul, por exemplo, apresenta a maior esperança de vida ao nascer, menor mortalidade infantil e uma das menores taxas de analfabetismo do país. Esses dados têm sido analisados, na maioria das vezes, como expressão de uma suposta melhor qualidade de vida na Região Sul.

(...)

Metodologia

A partir de uma amostra de 2.779 mulheres de 15 a 49 anos, residentes na zona urbana da cidade de Pelotas, foram estudados os diferenciais sócio-econômicos, demográficos e reprodutivos segundo a "raça".

(...)

Resultados

Foram estudadas 2.779 mulheres, sendo destas 2.350 (84,6%) brancas, 215 (7,7%) "pardas" e 214 (7,7%) negras. A Tabela 1 apresenta algumas características sócio-econômicas e demográficas segundo a raça. Como seria esperado devido ao processo amostral, não houve diferença significativa entre a idade média de cada grupo de raça. Em relação à escolaridade e à renda familiar constatou-se diferenças estatisticamente significativas e com tendência linear. As mulheres brancas apresentaram em média 8,8 anos de escolaridade, valor superior tanto para as mulheres "pardas" (6,9), como para as negras (6,6). A renda familiar evidenciou mais esses diferenciais, as mulheres brancas apresentavam renda familiar cerca de 1,5 vezes maior do que as pardas e 2,5 maior do que as negras. Ainda é possível observar que, embora em Pelotas 95% dos domicílios disponham de água dentro de casa, para as mulheres negras esse índice caiu para 82%. O porcentual de domicílios apresentando sanitário com descarga, foi de 95,7%, 85,9% e 80,4%, respectivamente, para aqueles nos quais residiam mulheres brancas, "pardas" e negras.

(...)

Discussão

A opção pela análise de desigualdades e também pelo viés das relações raciais vem lançar um olhar sobre uma questão respondida por muito tempo pelos mitos de "democracia racial" - o silêncio imposto sobre o preconceito racial no país (Munanga, 1996). Não pretendeu-se aqui analisar o referido mito, nem como um instrumento ideológico e nem buscar as suas re-significações cotidianas, mas sim, demonstrar através de dados epidemiológicos, quais as proporções sócio-econômicas das distinções criadas pelo racismo contemporizador da sociedade brasileira (Pereira, 1996).

Tem-se consciência que os resultados deste estudo são apenas uma pequena parte do abismo social e econômico existente entre "raças" no Brasil. Embora com as limitações da variável "raça" utilizada neste estudo foi possível mostrar alguns diferenciais importantes que permeiam a sociedade pesquisada.

Como um país que recebeu imigrantes das mais variadas regiões do mundo, a população brasileira vem sendo identificada como miscigenada. Dentro destas condições, os processos de identificação das diferenças entre grupos humanos, passam pelas diferenças fenótipas e culturais, sempre de maneira relacional em construções dinâmicas de "nós" e "outros" (Poutignat, 1998). Assim a composição da categorização das entrevistadas em "brancas", "pardas" e "negras" deve ser considerada a partir do contexto sócio-cultural das entrevistadoras e não como categorias fechadas.

(...)

Somos assim: cordiais?

Em BBC Brasil:

Polêmica racial desmascara ilusão de harmonia, diz antropólogo


Ministra Matilde Ribeiro
Para antropólogo, reação à fala de ministra não surpreende
A polêmica criada a partir das declarações da ministra da Integração Racial, Matilde Ribeiro, de que "não é racismo um negro se insurgir contra um branco" é uma reação à quebra de expectativa na sociedade brasileira de que existe no país uma harmonia racial, na opinião do antropólogo João Batista Borges Pereira.

"É como se houvesse um acordo tácito e todos falassem de maneira mais harmoniosa, cautelosas em emitir opiniões sobre o assunto", afirmou Pereira, professor de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP) e do Mackenzie e autor de vários livros sobre racismo.

Para o antropólogo, a sociedade brasileira vive na ilusão de uma democracia plena, onde todos convivem em harmonia e as diferenças nunca são explicitadas.

"A fala dela de certa maneira choca por causa disso. Porque desafia este clima muito melindroso, no qual as pessoas entram com muita cautela", diz.

Cautela

Até mesmo no movimento negro, analisa Pereira, o discurso é cauteloso, apenas de reivindicação e de igualdade, sem confronto.

"Não tem uma retórica racista de agressão ao branco. Pelo menos eles não expressam isso. Não é de bom tom", afirma.

"A ministra Matilde começou a falar em uma linguagem que, no Brasil, é tida como um pouco politicamente incorreta", diz. "Este tipo de coisa pode criar uma impressão muito ruim a este Brasil que busca harmonia, e não ódio racial."

A ministra disse à BBC Brasil que entende e considera natural que um negro não queira conviver com um branco porque "quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou".

A entrevista da ministra provocou debate, mas também uma forte reação de condenação às declarações de Matilde Ribeiro. A reação não surpreendeu o especialista. "É mais ou menos o que a gente encontra (em pesquisas). As pessoas condenam este tipo de atitude", afirmou.

Pereira diz que pesquisas de sua autoria e de outras fontes mostram que o brasileiro acredita que existe que racismo no país, mas não se coloca como racista.

O mesmo ocorre, afirma o antropólogo, com as vítimas do racismo: normalmente, as pessoas dizem que o problema existe, mas nunca se colocam como vítimas.

domingo, 15 de abril de 2007

MandelaSomos Negros e Líderes.

Leia. Ler ativa a mente.

A vida de Mandela evidencia que nada deve servir de desculpa para o ódio racial ou para esperarmos receber o nosso espaço.

Somos Negros e Líderes.


Em Mundo Negro:


Mandela

A mais nova biografia do líder contra o Apartheid, chega ao Brasil com prefácio de Kofi Annan e Desmond Tutu

Quarta, 28 de Março de 2007.

Capa da biografia de Mandela
“Mandela – Retrato Autorizado”, a mais recente biografia realmente autorizada de Nelson Mandela, chega ao Brasil pela Alles Trade Editora, com patrocínio exclusivo da Biolab Sanus Farmacêutica. O lançamento que aconteceu no dia 27 em São Paulo, teve a presença de Mac Maharaj, membro fundador do Movimento Anti-Apartheid e consultor editorial da publicação ao lado de Ahmed Kathrada, ex-preso político em Robben Island.

Com prefácio de Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU, e introdução do Arcebispo Anglicano Emérito da Cidade do Cabo, Desmond Tutu, o livro conta com 60 entrevistados em todo o mundo. São, portanto, 60 pontos de vista diferentes sobre Mandela, além de destacar as mais variadas facetas de um dos grandes homens do século 20, que promoveu a reconexão entre a justiça e a política. Mac Maharaj e Ahmed Kathrada localizaram todas essas fontes e realizaram uma pesquisa de conteúdo e fotográfica intensa que resultou em uma coletânea de imagens raras e algumas inéditas.

Amigos, familiares e pessoas que tiveram alguma ligação com Mandela no âmbito político e religioso, como Bono, vocalista da banda U2, o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton e Tony Blair, primeiro-ministro inglês, deram seus depoimentos. Porém, segundo Mac Maharaj, “o que tornou este livro tão especial foi que ele não mencionou apenas os grandes nomes, permitindo que Mandela seja visto de diferentes perspectivas e experiências, sentidas particularmente”.

“Mandela – Retrato Autorizado” se tornou um complemento da autobiografia de Nelson Mandela, “Longo Caminho para a Liberdade” (Companhia das Letras), feita com escritos produzidos durante o tempo em que ficou preso. Mac Maharaj, que passou 12 anos preso em Robben Island, lendária ilha-prisão de segurança máxima ao largo da Cidade do Cabo, com Mandela, comenta que “o livro reuniu um conteúdo tão concreto que materializou a constatação de que os fatos passados durante a transição da África democrata são exatos”.

A publicação será distribuída a todos os Estados do Brasil em livrarias e grandes redes, como Fnac, Cultura, Saraiva, Siciliano, Livraria da Villa, Sodiler, La Selva, Para Ler e Livraria Curitiba, além de livrarias de rua.

“Mandela – Retrato Autorizado” foi publicado em 10 línguas e vendido em mais de 20 paises, como França, Inglaterra, Bélgica, Suíça, Áustria, Nova Zelândia e, agora, o Brasil.

A primeira edição foi lançada em outubro do ano passado, com tiragem inicial de 250 mil copias. A primeira reimpressão atendeu um pedido de 65 mil unidades destinadas à Austrália, Estados Unidos, Dinamarca e África do Sul.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Ferreira Gullar - (Negro) Pensamento em Movimento

Em Olhar Direto:

Leia Ferreira. Acredite, aja, pense, respire e entenda. Pare de se enganar.
Nosso país não marcha enquanto TODOS não estivermos juntos!

"Tudo isso ficou mais claro após ter eu percebido que a pessoa de cor negra traz, estampada na pele, uma história que a identifica com a escravidão, com a submissão, com a inferioridade da condição social,"

"Na sociedade escravista, o negro era tido e tratado como "bem de fôlego", igual às alimárias. Embora o senhor de escravos não lhes pudesse negar a condição de ser humano, tratava-os como um animal de sua propriedade, sobre o qual tinha poder quase absoluto. Em tal situação, era-lhe conveniente considerá-lo como um ser inferior."

Piadas de negro no Brasil. Nos EUA...

"CBS" demite locutor que insultou jogadoras de basquete negras

Qui, 12 Abr, 08h33

Nova York, 12 abr (EFE).- A rede americana "CBS" demitiu o locutor de rádio Don Imus após uma semana de intensa polêmica pelos insultos dirigidos pelo jornalista às jogadoras de uma equipe feminina de basquete de maioria afro-americana.

A decisão da "CBS" foi tomada um dia depois que o canal de televisão a cabo "MSNBC" decidiu não transmitir mais o programa radiofônico e que várias grandes empresas anunciaram que retirariam a publicidade do espaço, entre elas American Express, Procter & Gamble e General Motors.

Semana passada, durante a transmissão do programa "Imus in the Morning", o locutor usou a expressão "nappy-headed ho's" - algo parecido com "prostitutas de cabelo crespo" -, referindo-se às componentes da equipe da Universidade de Rutgers, de Nova Jersey. A maioria das jogadoras são afro-americanas.

As afirmações feitas no programa de rádio - transmitido pela emissora "WFAN-AM" em Nova York, propriedade da cadeia "CBS" e emitido simultaneamente pelo "MSNBC", desencadeou uma intensa onda de protestos.

O locutor pediu perdão em reiteradas ocasiões nos últimos dias pelos termos racistas e sexistas que usou. Vários ativistas da comunidade afro-americana reivindicaram sua demissão, que aconteceu hoje.

O presidente e executivo-chefe da "CBS", Leslie Moonves, reconheceu que o efeito das palavras de Imus sobre as "jovens de cor que estão buscando um caminho nesta sociedade" pesou na decisão da empresa.

Durante a carreira, o locutor chegou a qualificar o ex-secretário de Estado Colin Powell de "doninha ressonante" e chamou o governador do Novo México de "bicha gorda".

Além disso, dirigiu em outra ocasião seu sarcasmo a jornalistas afro-americanos como Gwen Ilfill e William Rhoden, ambos do "New York Times".

A demissão de Imus não representa só a queda de um dos locutores mais importantes e influentes do país. A decisão da "CBS" é um golpe econômico para a própria empresa, que embolsava cerca de U$ 15 milhões anuais com o programa do radialista, segundo jornais de economia. EFE

De YAHOO!Noticias

Preto ou negro?

21/07/2006

Debate sobre Preto e Negro Comunidade Consciência Negra - ORKUT

Preto ou Negro?

Negros e líderes 14/07/2006 18:47
Insisto que o nosso país possui problemas especificos e originais muito diferentes do modelo americano.
Lá existe uma segregacao a vista. Aqui tudo é escondido.
Ao mesmo tempo os simbolos nacionais brasileiros sao misturados.
Samba, futebol-arte, feijoada, quindim e farinha demonstram que nos nossos sangues e cabecas moram diversas culturas fortes.
A nossa consciencia negra é nosso orgulho e a nossa heranca branca também.
Defendo um discurso de integracao e defesa de valores que sao de todos nos.
Por isso os termos politicamente corretos que funcionam para outras bandas nao cabem tao bem aqui. Somos afro e europeus. Ou mesmo orientais.
Se nós, negros, queremos liderar esta nacao temos que ter um discurso includente.
Necessitamos da sociedade em geral até do ponto de vista material ja que detemos a minoria dos meios de producao.
Temos um projeto como um grupo de pessoas com origem africana: ter presidentes da republica, profissionais liberais, operarios respeitados e valorizados por sua contribuicao.
Nao queremos apenas direitos, queremos transformar esta nacao na primeira verdadeiramente solidaria do mundo.
Queremos ser brasileiros, sem sermos ingenuos de achar que nao existe um preconceito extremado.
Por que nao nos mobilizamos para que no Globo Reporter se discuta o racismo à brasileira?
Preto ou negro? o importante é debatermos!
E voce? Responda!

Importante,sim 09/07/2006 09:45
A discussão neste caso é mais importante que o fato. Chamar a alguem de forma que lhe incomode é que é o problema.
O respeito é individual: algo que não me atinge magoa extremamente a outro.
O exemplo americano não é aplicável ao Brasil. A sociedade ali tem valores em separado por cultura. Negro é negro, branco é branco.
Sabemos que na verdade o mundo não é assim, e creio que devemos lutar não por americanizar as nossas relações (enriquecer o nosso gueto, comprar o mais novo NIKE) mas entrelaçar verdadeiramente as pessoas em nosso país.
A busca é pela igualdade, respeitando as origens e preferências de cada um, as diferenças que nos fazem seres humanos.

Machado de Assis

14/07/2006

Adversidade cria... oportunidade

Mesmo sendo preterido historicamente da educacao oficial o negro é escritor.

E é negro o maior escritor brasileiro de todos os tempos.

É importante para a nossa auto-estima quebrar as pernas das idéias que nos incutiram: somos inferiores.

Nao somos superiores no entanto. Somos particulares como todos os humanos.

E nosso orgulho positivo é retomado quando revelamos mais isto; somos intelectos, somos homens e mulheres pensantes.

http://www.itaucultural.org.br/brasil_brasis/negro/sessao01.htm

Há muito tempo, a literatura brasileira é cheia de negros. Escritores ou personagens, negras e negros povoam nossas letras. De pele menos ou mais escura, só muito raramente, no entanto, os escritores se identificavam ou eram identificados como negros.

E isso num país em que boa parte da população sempre foi, assumida ou disfarçadamente, não branca! A situação de escravidão a que eram reduzidos os povos africanos para cá trazidos, sua condição de vida no Brasil, a vergonha com que se cobria o país pelo fato de ser uma nação escravocrata podem ser alguns dos motivos que explicam o apagamento da negritude, muito visível, por exemplo, nos estudos literários. Exemplos disso são o poeta Domingos Caldas Barbosa e o escritor Machado de Assis . Ambos eram negros, mas as histórias literárias e os livros didáticos raramente mencionam esse fato ao apresentar esses autores (e todos os demais escritores e intelectuais negros brasileiros).

Esse apagamento da negritude tem conseqüências sociais da maior gravidade. Como, por exemplo, os resultados da pesquisa da professora Rita de Cássia Souza Pierini . Sua tese conclui que o ensino no Brasil toma por referência a cultura européia, raramente considerando o papel que o negro teve e tem na cultura brasileira. ...

Talvez as coisas fossem diferentes se aprendêssemos na escola que um dos maiores escritores da literatura brasileira erudita, Machado de Assis, era um negro.

Existe preconceito racial no Brasil?

09/07/2006

Existe preconceito racial no Brasil?

Para todos que genuinamente possuem esta dúvida, busquem a resposta. Seguem Extratos da Revista TAM 2001 - Almanque Brasil de Cultura Popular

Entrevista com Benedita da Silva (ex-senadora), Nei Lopes (cantor, compositor e escritor) e Thereza Santos (socióloga):

Quais os maiores males deixados pela herança escravocrata?

Benedita - A descrença, a desfaçatez e o mito da democracia racial.

Nei - A desqualificação do que vem da matriz africana. Práticas culturais foram caracterizadas como retrógradas, até nocivas: a música, como monótona e lasciva; a religiosidade, como conjunto de superstições; a medicina, como anti-higiênica e inócua. Outro mal é a ocultação da presença negra. Por exemplo, no dicionário Larousse, o cantor Al Jonson é "americano de origem judaica", como o compositor Gershwin. No Brasil, raramente figuram personagens realçados em sua circunstância étnica. A pista para você identificá-los é a rubrica "nascido em lar humilde". O requinte foi o retrato americano: por meio de pintura sobre fotografia , o fotógrafo "embelezava" o retratado, pelo clareamente da pele e alisamento de cabelo. Nos livros de história vêe-se reproduções desses retratos.

Thereza - É a sociedade continuar se recusando aceitar que saímos do estado de objeto para o de sujeito, Todos os outros males são consequencia.

A discriminação racial é ilegal desde 1951 graças à lei Afonso Arinos. Como explicar que o racismo ainda atue?

Benedita - É que não basta apenas a lei. Vale lembrar que a lei Afonso Arinos atenuava; e a Lei Caó torna crime o racismo desde 1988.

Nei - Até a década de 1960, a Polícia do Exército, no Rio, recrutava no sul soldados altos, louros e de olhos claros, aqui apelidados catarinas, para reprimir os soldados comuns, geralmente suburbanos, pretos e mestiços. O fator étnico aí entrava como dado de superiodade. Foi uma das práticas mais hediondas do Estado brasileiro. Hoje, coisas tão explícitas não passariam despercebidas. Mas o "racismo amigável" continua, porque a intelligentsia e a mídia colonizadas fazem questão de negar o pluralismo brasileiro.

Thereza - De cada cinquenta processos que abrimos contra discriminação vencemos um. Pensávamos que a Lei Caó nos daria maior força. Quem aplica a lei em geral é tão racista quanto quem pratica o crime. A Constituição assegura o direito à discriminação e ao preconceito porque assegura que somos todos iguais perante a lei "que não funciona". Como estratégia, nada mais perfeito.



Brasil Igual?

As eleições, pura e simples, não representam o exercício da igualdade.

A Justiça eficiente, justa seria um dos caminhos de um país mais igual.

No entanto, este Poder, desde a colônia é conhecida pelos privilégios. Desde os salários, aposentadoria, mordomias.

No Brasil não somos iguais. Uma autoridade ao ser flagrada comentendo algum ato errado deveria ser punida exemplarmente.

O foro especial palavra utilizada para esconder a verdade do povo, deveria se chamar "Vocês são os escravos, nós os senhores. Se eu matar um de vocês não posso ser punido, afinal escravos são coisas!".

Os negros eram vetados para as Cortes. Existia uma Legislação que impedia o nosso acesso a cargos públicos em geral. Ou seja, política pública para prejudicar os negros.

O escândalo de ontem explica o escândalo de hoje. Por que cela especial? Pois quem pode estuda em uma universidade. E quem ficou de fora? Os pobres, na maioria negros. E quem ficou dentro? Os que possuem maior renda. Sabe por que estas leis existem? Por que nós não nos identificamos com o povo brasileiro. Não queremos, ainda, um Brasil para todos, mas para si próprio.

O que o Brasil Igual quer? Reclamar, revoltar-se?

Não! Queremos que revisemos o nosso dia-a-dia para eliminar privilégios, nepotismos e tais.

Queremos fazer a opção correta, construir mais escolas. Ou melhor, manter as escolas existentes!

O Brasil Igual não quer o modelo americano. Não queremos construir aquela sociedade de consumo. Centenas de cadeias Supermax!

Quem copia nunca lidera. O maior destaque para um país é ser o campeão da solidariedade.

O Brasil Igual propõe medir-nos não pelo PIB (o que é isto?) mas pelo PFB (Produto de Felicidade Brasileiro). Números e consumo não devem ser o nosso objetivo. Existem sociedades melhores que nós para consumir a Natureza para fazer carros a gasolina. Queremos energia renovável, barata, acessível a todos. Queremos empresas responsáveis ecologicamente, queremos empresas que tratem as pessoas como ... gente. Uma nova proposta de país, de mentalidade, não uma cópia. Um sub-EUA ou Europa ou China.

É assim que se lidera. E muda-se o mundo. Redefinindo o conceito de líder. Não queremos ser os primeiros em PIBs, dólares, cadeias.

Queremos ter o povo mais feliz da História. (isto sim é uma Agenda Positiva. E quem vai ter coragem de pô-la em prática?)

14/05/2006

Hoje, estamos vendo em São Paulo o terror organizado.

Policiais sendo mortos, familias desamparadas.

A periferia de São Paulo sempre esteve nas mãos do crime. Por quê agora a indignação? Apenas o medo está nos unindo, isolados em nossas casas?

O toque de recolher é real.

Mesmo asim ainda existe o raciocínio que a situação é melhor que no Rio de Janeiro. Ou seja, enquanto os pobres morrem a classe média assiste.

Estamos construindo um Brasil Igual? Ou um Brasil Refém? Precisamos construir o sonho da igualdade. Quebrar o isolamento. Trazer os jovens para a sociedade, dar oportunidades reais.

Somos nós a periferia (negros). O apartheid é social e racial. Enquanto sofríamos com os "donos" nada acontecia. E agora?

O que acontece nos dois principais estados do Brasil pode acontecer em qualquer lugar.

O nosso Brasil é muito desigual. Ao vermos as estatísticas do IBGE vemos que com as mesmas horas trabalhadas os negros são piores remunerados que os brancos.

A pobreza tem cor no Brasil. E em momentos como esse penso na quantidade de médicos, artistas, publicitários estamos perdendo. A prioridade há centenas de anos deveria ter sido o social. A proximidade entre diferentes. Ainda hoje todos tem vergonha de priorizarem o ser humano. Priorizar os indicadores sociais. O que nos importa os bilhões exportados, se não temos a liberdade de ir e vir? E os bilhões pagos ao FMI? Agora somos confiáveis? Sim, e ao mesmo tempo quem confia em um país maior exportador munidal de alimentos que possui uma multidão de famintos?

Eu escolho Segurança, Educação e Solidariedade. Escolho proximidade. Escolho mobilizar. Mudar a mente. Este país tem jeito. Fora dos esquemas. Quebre a corrente!

E você? Quer construir um Brasil Igual ou aumentar o muro?

Quer entender, debater - com dados reais, verdadeiros - para refletir?

Leia, pesquise. Este assunto toca a você e aqueles que ama...

http://www.pnud.org.br/raca/reportagens/index.php?id01=430

São Paulo, 09/06/2004

Para negros, mais estudo é menos emprego

São Paulo, 09/06/2004
Para negros, mais estudo é menos emprego
Estudo do IBGE aponta que, entre as pessoas de cor preta e parda, os desempregados têm escolaridade maior que os que trabalham

Crédito: Sindipetro Duque de Caxias/Divulgação
RICARDO MEIRELLES
da PrimaPagina

Quanto mais anos de estudos tiver um trabalhador, maior a chance de ele estar empregado. Embora possa parecer verdade universal, esse preceito não vale para brasileiros de cor preta e parda. De acordo com estudo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os negros desempregados têm, em média, mais tempo de estudo que os negros empregados — o que não acontece entre os brancos.

Segundo o estudo Características da População em Idade Ativa Segundo a Cor ou Raça nas Seis Regiões Metropolitanas, os negros ocupados estudaram 7,7 anos e os desempregados, 8,0 anos. Os trabalhadores brancos têm mais tempo de estudo, estejam eles empregados (9,8 anos) ou procurando emprego (9,5 anos).

A pesquisa foi feita nas seis maiores regiões metropolitanas do país. Só em uma delas, a de Salvador (BA), os negros empregados acumulam mais anos de estudo que os desempregados (8,4 contra 8,2). Na região de Porto Alegre, não há diferença entre os dois grupos de negros (ambos estudaram, em média, 7,4 anos). A discrepância se manifesta nas regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. O estudo do IBGE também mostra que o desemprego é maior entre os negros e a renda, menor.

“Não é verdade que, no Brasil, a escolaridade seja para os negros sinônimo de alocação no mercado de trabalho, e muito menos de remuneração igual à de um empregado branco com a mesma escolaridade”, observa a historiadora Wania Sant’Anna, especializada em questões raciais.

Na avaliação de Neide Aparecida Fonseca, presidenta (ela faz questão desse “a” no final da palavra) do Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial (Inspir), a diferença apontada pelo IBGE indica que o negro com mais tempo de estudo enfrenta mais dificuldade em conseguir postos de trabalho condizentes com sua formação.

“Ainda predomina uma mentalidade de que nos postos mais elevados não pode haver negros, que os negros servem é para trabalhos manuais, menos qualificados”, comenta. “Para os negros, no Brasil o investimento em educação não resulta em ampliação de renda necessariamente. Mais uma vez, encontramos o fenômeno de alocação de mão de obra negra em postos de trabalho sem prestígio e de baixa remuneração”, concorda Wania.

Segundo Neide, os dados sugerem também que apenas uma política de cotas em universidades públicas não resolve a disparidade no mercado de trabalho: é preciso uma política afirmativa que influa no próprio mercado. Ela defende incentivos fiscais para empresas que, em toda a estrutura hierárquica, apresentarem uma proporção de negros semelhante à da população da cidade ou do bairro em que está instalada.

O PNUD Brasil desenvolve um projeto, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que visa justamente produzir conhecimento e fomentar o debate para combater e superar o racismo. O projeto chama-se Combate ao Racismo e Superação das Desigualdades Sociais.

01/05/2006
Ontem no Fantástico, foi divulgada carta da Princesa Isabel defendendo um suporte mais amplo aos escravizados que foram libertados após o 13 de maio. Nesta carta, defendia a cessão de terras para que aquela comunidade ao obter o bem mais precioso de um ser humano não fosse desprovida dos meios justos para se inserir na sociedade.

Meses depois a Monarquia era derrubada. Um dos fatores, talvez minimizado pela historiografia nacional, foi a redução do suporte da oligarquia após a libertação dos escravizados.

A República brasileira nasceu como uma resposta de poder (pelo poder), e não retomou esta trajetória de inclusão desta população.

Ressaltemos que na época da libertação oficial o movimento abolicionista (liderado por negros e brancos, e não somente pelos últimos, como nas novelas) apoiado pelo maior movimento de desobediência civil da História Brasileira já haviam, de fato, destruído os alicerces do sistema escravocrata.

Agora, por quê às crianças brasileiras é ensinado que houve uma princesa que com uma assinatura libertou um povo?

Na verdade, este povo foi ajudado (a luta era de todos!) mas primordialmente, lutou, sangrou e morreu. Este povo foi herói.

Brasil Igual é pensar porque não nos orgulhamos de termos quebrado as correntes que nos subjugavam e nos contarem dia após dia que somos passivos.

Brasil Igual é saber que esta Velha História, nos enfraquece a todos, orientais, europeus, árabes, negros e índios que somos pilares deste país!

Nos textos abaixo, fica evidente que nós já começamos a pensar...

"Libertos, mas marginalizados
Um ano e meio mais tarde, a princesa Isabel, que seria a próxima imperatriz e a primeira mulher a governar o país, perdeu o trono com a Proclamação da República, em novembro de 1889. Os presidentes republicanos nunca tomaram nenhuma medida para integrar os ex-escravos e seus descendentes à sociedade. Apesar de libertos, os negros não receberam condições de ascender socialmente e de tornarem-se cidadãos de fato. O preconceito contra eles e a escassez de oportunidades permanece ainda hoje, quando os descendentes de africanos (negros e pardos) são 45% da população brasileira (cerca de 70 milhões de pessoas). "

http://www.sjose.com.br/educar.php?noticia_id=72

"Com o Exército se negando a perseguir escravos fugitivos e o fortalecimento do bloco abolicionista, o Parlamento aprovou o Decreto 3.353, extinguindo a escravidão no Brasil. Naquela manhã de domingo, 13 de maio de 1888, esse decreto foi levado ao palácio por uma comissão liderada por Joaquim Nabuco para ser sancionado pela princesa. A História lhe deu os louros da assinatura da Lei Áurea, mas os latifundiários, revoltados, se tornaram republicanos e depuseram a família real um ano depois."
Está aí um breve quadro da história da Abolição no Brasil.

http://www2.uol.com.br/simbolo/raca/0599/comp1_c.htm

Precisamos agora agir sincronizadamente..

Recuperando a 1. reflexão

Convidarei a todos a refletir, por que um país tão rico materialmente

nos entristece a cada parada nos sinais de trânsito.

Brasil Igual convida a refletir e agir.

E usar o 13 de maio para comemorar o 20 de novembro.

Zumbi, nos aproximemos, nos identifiquemos,

A utopia de uma sociedade tem que ser construída!

Qual o nosso objetivo inalcançável? Qual o nosso sonho como povo?

O que temos a oferecer a este mundo, diferente dos americanos, japoneses, russos e chineses?

Nosso superávit primário?

O que realmente nos moverá para a igualdade? O pagamento da dívida interna? Pense: sem sonhar, sem ser ingênuo nenhum homem voaria.

O contrutor é um louco com propósito.

Martin Luther King

Pele e Gil

Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

<>

Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.