domingo, 5 de outubro de 2008

África vira tema de exposição na UERJ

A África sempre foi e será referência para a humanidade.

Ali está a maior diversidade genética do planeta.
De lá todos viemos...
E lá temos a resposta para onde vamos (e se vamos...)
A arte africana é intensa, delicada e enraizada no humano.
Nos toca de uma forma profunda. Por quê?

Veja, sinta e toque arte africana.
A nossa raiz comum como seres humanos.

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África vira tema de exposição na UERJ

Publicada em 03/10/2008

ÁFRICA VIRA TEMA DE EXPOSIÇÃO NA UERJ

O público poderá conferir a partir do dia 14 de outubro, terça-feira, a mostra África?, na Galeria Cândido Portinari, da UERJ. A exposição, promovida pelo Departamento Cultural da Sub-reitoria de Extensão e Cultura, reúne diferentes olhos a partir dos temas África e afro-brasilidade. A idéia é pensar as possibilidades que o assunto abrange e que são diversas, como a questão dos afro-descendentes, da religião e das artes em si. A África que vemos e que estudamos, hoje em dia, é a da religiosidade e aquela de onde muitos habitantes foram trazidos forçadamente ao Brasil. Um dos intuitos dessa mostra é abrir o leque de conexões e discussões sobre esse continente exuberante.

“É uma exposição mista ou da multiplicidade. Vamos ter desde esculturas, gravuras, colagem, instalações e também artistas que não estão diretamente enquadrados no circuito das artes. A África é uma grande questão. Ao mesmo tempo em que reconhecemos a sua invisibilidade percebemos que ela perpassa em muitos aspectos a cultura brasileira e a gente não vê. Então vamos olhar. Uma coisa que me fascina é como a presença africana se manifesta na produção contemporânea de arte no Brasil de diversas maneiras, principalmente no carnaval e na religiosidade. O trabalho tem uma conexão se você pergunta. Então, por isso, o título da exposição é uma pergunta. Será que a gente não pode ver mais Áfricas do que aquelas que nos são oferecidas? Será que a gente não poderia colocar mais essa questão?”, explica o doutor em História e curador da exposição Roberto Luís Torres Conduru, diretor do Instituto de Artes da UERJ.

Exposição Africa na UERJ Exposição Africa na UERJ Exposição Africa na UERJ

A arte ocidental e muitos artistas contemporâneos foram intensamente influenciados pelas estéticas africanas. As referências vão das máscaras religiosas aos orixás e às ricas e coloridas padronagens dos tecidos e vestimentas. A mostra conta com obras dos artistas Carlos Feijó, Cristina Pape, Cristina Salgado, Jorge Rodrigues, Júnior de Odé, Leila Danziger, Lena Martins, Malu Fatorelli, Regina de Paula e Wuelyton Ferreiro e fica em cartaz até o dia 14 de novembro, de segunda a sexta, das 9h às 20h.

ÁFRICA?

Local: Galeria Cândido Portinari / UERJ

Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã

Tel.: (21) 2587-7796 / 7182

Inauguração: 14 de outubro de 2008, a partir das 19h

Visitação: até 14 de novembro, de segunda a sexta, das 9h às 20h

ENTRADA FRANCA

Marcio Albuquerque
Assessoria de Comunicação Social/DECULT/SR-3/UERJ
(21) 2587-7796 / 7182
(21) 9557-4965
comcult@uerj.b

Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

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Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.