domingo, 15 de abril de 2007

MandelaSomos Negros e Líderes.

Leia. Ler ativa a mente.

A vida de Mandela evidencia que nada deve servir de desculpa para o ódio racial ou para esperarmos receber o nosso espaço.

Somos Negros e Líderes.


Em Mundo Negro:


Mandela

A mais nova biografia do líder contra o Apartheid, chega ao Brasil com prefácio de Kofi Annan e Desmond Tutu

Quarta, 28 de Março de 2007.

Capa da biografia de Mandela
“Mandela – Retrato Autorizado”, a mais recente biografia realmente autorizada de Nelson Mandela, chega ao Brasil pela Alles Trade Editora, com patrocínio exclusivo da Biolab Sanus Farmacêutica. O lançamento que aconteceu no dia 27 em São Paulo, teve a presença de Mac Maharaj, membro fundador do Movimento Anti-Apartheid e consultor editorial da publicação ao lado de Ahmed Kathrada, ex-preso político em Robben Island.

Com prefácio de Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU, e introdução do Arcebispo Anglicano Emérito da Cidade do Cabo, Desmond Tutu, o livro conta com 60 entrevistados em todo o mundo. São, portanto, 60 pontos de vista diferentes sobre Mandela, além de destacar as mais variadas facetas de um dos grandes homens do século 20, que promoveu a reconexão entre a justiça e a política. Mac Maharaj e Ahmed Kathrada localizaram todas essas fontes e realizaram uma pesquisa de conteúdo e fotográfica intensa que resultou em uma coletânea de imagens raras e algumas inéditas.

Amigos, familiares e pessoas que tiveram alguma ligação com Mandela no âmbito político e religioso, como Bono, vocalista da banda U2, o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton e Tony Blair, primeiro-ministro inglês, deram seus depoimentos. Porém, segundo Mac Maharaj, “o que tornou este livro tão especial foi que ele não mencionou apenas os grandes nomes, permitindo que Mandela seja visto de diferentes perspectivas e experiências, sentidas particularmente”.

“Mandela – Retrato Autorizado” se tornou um complemento da autobiografia de Nelson Mandela, “Longo Caminho para a Liberdade” (Companhia das Letras), feita com escritos produzidos durante o tempo em que ficou preso. Mac Maharaj, que passou 12 anos preso em Robben Island, lendária ilha-prisão de segurança máxima ao largo da Cidade do Cabo, com Mandela, comenta que “o livro reuniu um conteúdo tão concreto que materializou a constatação de que os fatos passados durante a transição da África democrata são exatos”.

A publicação será distribuída a todos os Estados do Brasil em livrarias e grandes redes, como Fnac, Cultura, Saraiva, Siciliano, Livraria da Villa, Sodiler, La Selva, Para Ler e Livraria Curitiba, além de livrarias de rua.

“Mandela – Retrato Autorizado” foi publicado em 10 línguas e vendido em mais de 20 paises, como França, Inglaterra, Bélgica, Suíça, Áustria, Nova Zelândia e, agora, o Brasil.

A primeira edição foi lançada em outubro do ano passado, com tiragem inicial de 250 mil copias. A primeira reimpressão atendeu um pedido de 65 mil unidades destinadas à Austrália, Estados Unidos, Dinamarca e África do Sul.

Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

<>

Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.