quinta-feira, 12 de abril de 2007

Machado de Assis

14/07/2006

Adversidade cria... oportunidade

Mesmo sendo preterido historicamente da educacao oficial o negro é escritor.

E é negro o maior escritor brasileiro de todos os tempos.

É importante para a nossa auto-estima quebrar as pernas das idéias que nos incutiram: somos inferiores.

Nao somos superiores no entanto. Somos particulares como todos os humanos.

E nosso orgulho positivo é retomado quando revelamos mais isto; somos intelectos, somos homens e mulheres pensantes.

http://www.itaucultural.org.br/brasil_brasis/negro/sessao01.htm

Há muito tempo, a literatura brasileira é cheia de negros. Escritores ou personagens, negras e negros povoam nossas letras. De pele menos ou mais escura, só muito raramente, no entanto, os escritores se identificavam ou eram identificados como negros.

E isso num país em que boa parte da população sempre foi, assumida ou disfarçadamente, não branca! A situação de escravidão a que eram reduzidos os povos africanos para cá trazidos, sua condição de vida no Brasil, a vergonha com que se cobria o país pelo fato de ser uma nação escravocrata podem ser alguns dos motivos que explicam o apagamento da negritude, muito visível, por exemplo, nos estudos literários. Exemplos disso são o poeta Domingos Caldas Barbosa e o escritor Machado de Assis . Ambos eram negros, mas as histórias literárias e os livros didáticos raramente mencionam esse fato ao apresentar esses autores (e todos os demais escritores e intelectuais negros brasileiros).

Esse apagamento da negritude tem conseqüências sociais da maior gravidade. Como, por exemplo, os resultados da pesquisa da professora Rita de Cássia Souza Pierini . Sua tese conclui que o ensino no Brasil toma por referência a cultura européia, raramente considerando o papel que o negro teve e tem na cultura brasileira. ...

Talvez as coisas fossem diferentes se aprendêssemos na escola que um dos maiores escritores da literatura brasileira erudita, Machado de Assis, era um negro.

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Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

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Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.