quinta-feira, 12 de abril de 2007

14/05/2006

Hoje, estamos vendo em São Paulo o terror organizado.

Policiais sendo mortos, familias desamparadas.

A periferia de São Paulo sempre esteve nas mãos do crime. Por quê agora a indignação? Apenas o medo está nos unindo, isolados em nossas casas?

O toque de recolher é real.

Mesmo asim ainda existe o raciocínio que a situação é melhor que no Rio de Janeiro. Ou seja, enquanto os pobres morrem a classe média assiste.

Estamos construindo um Brasil Igual? Ou um Brasil Refém? Precisamos construir o sonho da igualdade. Quebrar o isolamento. Trazer os jovens para a sociedade, dar oportunidades reais.

Somos nós a periferia (negros). O apartheid é social e racial. Enquanto sofríamos com os "donos" nada acontecia. E agora?

O que acontece nos dois principais estados do Brasil pode acontecer em qualquer lugar.

O nosso Brasil é muito desigual. Ao vermos as estatísticas do IBGE vemos que com as mesmas horas trabalhadas os negros são piores remunerados que os brancos.

A pobreza tem cor no Brasil. E em momentos como esse penso na quantidade de médicos, artistas, publicitários estamos perdendo. A prioridade há centenas de anos deveria ter sido o social. A proximidade entre diferentes. Ainda hoje todos tem vergonha de priorizarem o ser humano. Priorizar os indicadores sociais. O que nos importa os bilhões exportados, se não temos a liberdade de ir e vir? E os bilhões pagos ao FMI? Agora somos confiáveis? Sim, e ao mesmo tempo quem confia em um país maior exportador munidal de alimentos que possui uma multidão de famintos?

Eu escolho Segurança, Educação e Solidariedade. Escolho proximidade. Escolho mobilizar. Mudar a mente. Este país tem jeito. Fora dos esquemas. Quebre a corrente!

E você? Quer construir um Brasil Igual ou aumentar o muro?

Quer entender, debater - com dados reais, verdadeiros - para refletir?

Leia, pesquise. Este assunto toca a você e aqueles que ama...

http://www.pnud.org.br/raca/reportagens/index.php?id01=430

São Paulo, 09/06/2004

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Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

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Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.