quinta-feira, 12 de abril de 2007

Piadas de negro no Brasil. Nos EUA...

"CBS" demite locutor que insultou jogadoras de basquete negras

Qui, 12 Abr, 08h33

Nova York, 12 abr (EFE).- A rede americana "CBS" demitiu o locutor de rádio Don Imus após uma semana de intensa polêmica pelos insultos dirigidos pelo jornalista às jogadoras de uma equipe feminina de basquete de maioria afro-americana.

A decisão da "CBS" foi tomada um dia depois que o canal de televisão a cabo "MSNBC" decidiu não transmitir mais o programa radiofônico e que várias grandes empresas anunciaram que retirariam a publicidade do espaço, entre elas American Express, Procter & Gamble e General Motors.

Semana passada, durante a transmissão do programa "Imus in the Morning", o locutor usou a expressão "nappy-headed ho's" - algo parecido com "prostitutas de cabelo crespo" -, referindo-se às componentes da equipe da Universidade de Rutgers, de Nova Jersey. A maioria das jogadoras são afro-americanas.

As afirmações feitas no programa de rádio - transmitido pela emissora "WFAN-AM" em Nova York, propriedade da cadeia "CBS" e emitido simultaneamente pelo "MSNBC", desencadeou uma intensa onda de protestos.

O locutor pediu perdão em reiteradas ocasiões nos últimos dias pelos termos racistas e sexistas que usou. Vários ativistas da comunidade afro-americana reivindicaram sua demissão, que aconteceu hoje.

O presidente e executivo-chefe da "CBS", Leslie Moonves, reconheceu que o efeito das palavras de Imus sobre as "jovens de cor que estão buscando um caminho nesta sociedade" pesou na decisão da empresa.

Durante a carreira, o locutor chegou a qualificar o ex-secretário de Estado Colin Powell de "doninha ressonante" e chamou o governador do Novo México de "bicha gorda".

Além disso, dirigiu em outra ocasião seu sarcasmo a jornalistas afro-americanos como Gwen Ilfill e William Rhoden, ambos do "New York Times".

A demissão de Imus não representa só a queda de um dos locutores mais importantes e influentes do país. A decisão da "CBS" é um golpe econômico para a própria empresa, que embolsava cerca de U$ 15 milhões anuais com o programa do radialista, segundo jornais de economia. EFE

De YAHOO!Noticias

Nenhum comentário:

Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

<>

Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.