O racismo existe no Brasil (ou "Uma Mentira Conveniente")
(fonte do gráfico:reportagem abaixo)
Existe uma lenda que no Brasil não existe racismo. A maioria dos defensores desta idéia desconhecem a História brasileira. Não sabem da repressão e politicas oficiais contra os negros.
Mais do isso: basta olhar para fora nas ruas que se vê o preconceito.
Negros eram impedidos de ser comerciantes , de praticar a sua religião, escolher livremente as suas esposas e maridos. Mesmo assim, fomos líderes da sociedade brasileira - Machado de Assis, Pelé, Aleijadinho, Henrique Dias - honram o nosso nome. Por ignorar o negro o brasileiro é o menos patriótico dos povos. Como podemos fingir esquecer metade do nosso povo e ficarmos em paz?A reação dos internautas ao arquivo abaixo (neutro na sua argumentação) demonstra como a parte mais esclarecida do país (e que se associa aos "brancos" brasileiros) teme perder o dinheiro público , fácil e garantido do Estado.
Por quê? (ou melhopr, até quando?)
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01/03/2008 - 08h00 - Atualizado em 01/03/2008 - 10h13Apenas um negro passa em medicina na Fuvest 2008
Ao todo, 37 cursos não têm nenhum ingressante negro na primeira chamada.Os convocados negros somam 1,8% dos calouros.O número de indígenas foi maior que o de autodeclarados negros: dois contra um. A Fuvest, fundação que realiza o processo seletivo, divide os estudantes em cinco categorias. Além dos negros e índios, 28 estudantes se declararam pardos, 59, amarelos e a grande maioria, 279, brancos.
Em medicina, a proporção de negros em 2008 não é muito diferente dos últimos vestibulares. O vestibular 2007 foi o que teve mais negros, entraram quatro. Nos dois anos anteriores, somente um estudante se declarou negro. E há cinco anos, nenhum se declarou negro.
Mas se a desproporção é grande em medicina, que tem a nota de corte mais alta na primeira fase, em outras carreiras pode piorar: em 37 nenhum candidato autodeclarado negro conseguiu garantir uma vaga. Entre esses cursos está jornalismo, que foi o mais disputado do processo seletivo 2008. Ainda de acordo com os dados da USP, o concorrido curso de direito, teve apenas quatro calouros negros, dentre os 560 ingressantes.
Para o Frei Valnei Brunetto, que dirige a Educafro, uma ONG voltada para a inclusão social do negro e que oferece cursinhos comunitários, os percentuais mostram que o negro ainda não garantiu o acesso na maior universidade pública do país.
“A grande maioria da nossa sociedade marginalizada é a de cor negra. Isso se reflete nas nossas instituições de ensino superior”, afirma. “Não defendemos as cotas como algo eterno ou permanente, mas como um instrumento para resolver essa desigualdade, que é momentânea. Quando a sociedade atingir a equiparação entre as raças, não fará mais sentido ter cotas.”
No geral, 1,8% dos ingressantes na USP são negros, 0,3% são indígenas, 10,9% são pardos, 9% são amarelos e a maioria, 78%, se declarou branca.
No Brasil, segundo dados de 2007 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49,7% da população é branca, 6,9% preta, 42,6% parda e 0,8% amarela ou indígena. Já no Estado de São Paulo, o percentual da população que se declara branca é maior do que na média do país, 67,9%, e o de negros, menor: 5,8%.
Inclusão social na USP
Para o Frei Valnei, o acréscimo na pontuação não atinge seu objetivo. “A medida é muito aquém da necessidade do estudante. São necessários instrumentos melhores do que esse bônus. É um auxílio que é de fachada e não gera mudanças substanciais”, avalia.
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