sábado, 26 de abril de 2008

Somos Gênios

Personagens e personagens brasileiros são omitidos quando estudamos a nossa História.
Quando não assumimos as nossas origens ignoramos os gênios e fortes da nossa raiz brasileira.
Estamos nos conscientizando que nunca fomos feios, fracos, passivos e ignorantes.

Nunca chegaremos ao futuro se não nos olharmos e vermos as nossas origens africanas e a contribuição para aquilo que vagamente chamamos Brasil.

Somos eruditos, somos belos e sempre transformamos o nosso país em um cruzamento do melhor de vários povos, porque também somos vários.

Quando não tivermos vergonha de sermos negros, aí seremos mais brasileiros, sem pudor de sermos os líderes mais preparados para um mundo plural.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Maur%C3%ADcio_Nunes_Garcia

O preconceito racial existe e apenas aos excepcionais como José Garcia conseguem se destacar.
É preciso ser mais para um negro ser igual. Brasiligual luta: igualdade para ser HUMANO (sem precisarmos sermos SOBRE- HUMANOS).

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Extrato de http://gazetaonline.globo.com/jornalagazeta/caderno2.ag/caderno2_materia.php?cd_matia=427713&cd_site=86

Gênio

Em "Te Deum Requiem" está registrada uma das mais importantes obras do padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), compositor que colocou o Brasil na rota da música erudita da época. Para o regente da Orquestra Sinfônica da UFRJ, Ernani Aguiar, responsável pela direção musical do CD, o padre foi o maior compositor não-europeu de sua época. "Além do grande gênio que foi, ele atuou nos primórdios do ensino de música no Brasil", afirma Ernani.

Nascido no Rio de Janeiro, José Maurício Nunes Garcia transitava com tranqüilidade na corte, mesmo sendo mulato de origem humilde, neto de escravos. A chegada da Família Real proporcionou ao padre ganhos e perdas. "Com a vinda da corte, ele teve prazeres e agruras. O fato de ele poder contar com músicos melhores para executar suas músicas foi uma vantagem, mas ele também despertou a inveja entre alguns músicos que não aceitavam o fato de ele ser mulato. Isso influenciou sua música, principalmente pelo fato de José Maurício ter ligações com as camadas mais pobres", comenta o regente, que exemplifica: "No final da execução do ‘Requiem’, por exemplo, é possível notar influência das modinhas brasileiras. Isso fascina até hoje os europeus".

Para o cravista e diretor do disco "Modinhas Cariocas", Marcelo Fagerlande, esse gênero está na base das canções populares brasileiras. "Era um tipo de canção tanto da rua quanto dos salões, porque era sentimental. Era cantada por nobres e boêmios, em todos os lugares", explica.

Para a gravação, Fagerlande teve de adaptar esse universo musical ao formato do disco. "Gravar um álbum de modinhas é um desafio, porque é um gênero que poderia ser todo muito igual, já que são canções de amor geralmente lentas. Procurei colocar uma grande variedade de instrumentos e vozes."

Segundo o professor da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) Sérgio Dias, a vinda da Família Real portuguesa provocou uma grande reviravolta nos destinos da música no Brasil, porque a corte exigia uma pompa a que não estávamos acostumados. "Tudo se transformou muito. As crônicas da época afirmavam que o Rio de Janeiro era a cidade com a maior quantidade de pianos do mundo", cita Dias, referindo-se à tradição musical da capital fluminense, realidade que se mantém até hoje.

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Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

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Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.