segunda-feira, 28 de maio de 2007

Metade de negros em pesquisa tem ancestral europeu


BRASILIGUAL É SE CONHECER, RECONHECER-SE FINALMENTE!









Geneticista Sérgio Pena coordenou o estudo
Uma análise genética de um grupo de 120 negros brasileiros indicou que metade deles tem pelo menos um ancestral europeu por parte de pai.

No estudo, liderado pelo geneticista Sérgio Pena, professor titular de bioquímica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foram analisados os cromossomos Y dos 120 indivíduos em busca do ancestral paterno mais distante de cada um deles.


















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Apesar da pele negra, esses parentes distantes de 60 indivíduos (50%) vieram da Europa. Saíram da África os ancestrais de 58 (48%) e da própria América, apenas 2 (1,6%).
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"Com exceção de imigrantes de primeira ou segunda geração, não existe nenhum brasileiro que não carregue um pouco de genética africana e ameríndia", afirmou o geneticista, em entrevista à BBC Brasil.
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Por outro lado, Florentino refuta a idéia de que grande parte do povo brasileiro tem origem num relacionamento forçado entre o colonizador e a índia ou a escrava.
"A miscigenação brasileira tem muito mais a ver com o português pobre que interage matrimonialmente e sexualmente com as mulheres negras do que propriamente com homens de elite mantendo relações sexuais com mulheres pobres negras escravizadas", afirma o historiador.
Seu argumento é que a maior parte dos portugueses que vinha para cá era de pobres aventureiros que saíam do norte de Portugal e, ao chegar aqui, geralmente sem família, se relacionavam com as índias e africanas.
"É muito mais uma história que reúne pobres amantes de cores diferentes do que violência e estupro, como uma certa vertente quer fazer passar."

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Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

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Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.