VEJA: Raça ou não raça? Ensaio sobre a cegueira à brasileira
Confira a opinião de Veja. http://209.85.165.104/search?q=cache:vO5HCQEBkfEJ:veja.abril.com.br/060607/p_082.shtml+veja+raca&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=2&gl=br&client=firefox-a
A revista Veja é a revista de maior circulação do Brasil.
No entanto, quando se trata do tema racismo, sempre trata de maneira superficial e é contra qualquer análise mais profunda e que levante opiniões diferentes sobre o tema.
Um exemplo claro é a última capa ( ediçao 2011, 6 de junho de 2007). A revista pinça um tema polêmico (cotas, elegibilidade às cotas) para desmontar a realidade. Ela simplesmente afirma que não existe racismo no Brasil por sermos miscigenados.
Ou seja, um discurso que deveria oferecer alternativas para a situação real (o extremo racismo á brasileira, a "docilidade" do nosso preconceito, do nosso quarto de empregada e elevadores de serviço) apenas destrói um mecanismo que pelo menos admite a existência de um problema.
Devemos nos perguntar:
- por quê a revista nega uma situação que o próprio governo brasileiro admite (existe racismo no Brasil)?
- por quê a revista expõe em sua capa um tema que não ocupa as suas principais preocupações e estímulo ao debate?
- por quê a revista expõe um viés editorialista e não jornalístico para este tema? Onde estão as opiniões e fatos?
- por quê a revista não publicou testemunhos de personalidades negras sobre o tema? quem escreveu esta reportagem?
Não seria jornalisticamente correto, chamar casais reais, ou pesquisadores sobre a afirmativa:
"Enquanto em alguns estados americanos o casamento entre brancos e negros era proibido, no Brasil é um fato do cotidiano que não causa nenhuma atenção."
Ou ainda:
"Depois de Freyre, a miscigenação racial foi sendo gradualmente aceita até se transformar, hoje, num valor cultural dos brasileiros. A música popular, por exemplo, não cansa de festejá-la. O país tem orgulho da beleza de suas mulatas. "
Desafio a revista a comparar as beldades mulatas e não-mulatas na mesma edição. Cabe uma reflexão ou não?
Será que estamos tão avançados assim?
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