sábado, 14 de julho de 2007

A África nos deu o sangue e os ossos! - Antonio Olinto

Fenomenal frase!







Ontem na Globonews Alexandre Garcia comandava um painel sobre racismo, cotas, etc.
A iniciativa é fantástica porque nos leva ao debate e a encarar de frente esta que e a nossa maior vergonha: o preconceito racial.
O brasileiro se recusa a ir ao divã.
Neste painel a debatedora (procuradora) alegou que o mito da democracia racial seria benéfico por nos lembrar que somos iguais.
Brasiligual discorda: o mito serve para que todos estejamos confortaveis com a situacao atual. Ja que aqui nao existe cor (somos todos morenos) e uma traicao, coisa de chatos falar de racismo.

Ora, quantos negros (ou morenos) são destaques nas novelas, propagandas,etc?
O Vasco da Gama foi o primeiro clube de futebol a admitir negros. Aonde estavam os fiscais da democracia até então?

Não surpreeende a nós negro esta reação. O Estado brasileiro esteve sempre a serviço de uma minoria social e racial. Teorias foram elaboradas ou distorcidas para manter as coisas como sempre.

O brasileiro não gosta de ser "moreno". O brasileiro não é samba.
Quando ele quer ouvir musica negra, ouve jazz, blues. Maracatu, samba-de-roda, nunca.

É como se fossemos orfaos de mãe. E a nossa raiz negra, nos associasse com o que desprezamos.
O brasileiro se associa com a cor da pele mais clara porque esta é a cor do poder e das revistas de moda.

Mas este é o seculo da diversidade e ecologia.
Temos uma verdadeira integração aqui. Preto come sushi. Japa é mestre-sala. Branco come farinha.

Brasiligual decreta: Somos mais que Europa!Não vamos ter medo de sermos África!

Somos D-I-F-E-R-E-N-T-E-S.

E bradamos aos sete céus de KETO: Somos brasileiros, orgulhosos da nossa origem negra!

Acesseo site da Olympus (UM DIA NA AFRICA!) e veja estas fotos: http://www.olympus-global.com/en/event/DITLA/gallery/index.html

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Os homens invisiveis do Brasil

Às
vezes andando nas ruas de Copacabana, me sinto como um fantasma.

Estou ao lado das pessoas, mas percebo que sou uma incômoda presença. Quase os atravesso, q

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Cidadãos de bem, velozes, em suas avenidas mentais. O último tênis, o último corte de cabelo, estão apenas cuidando de si. Ilhas e ilhas.

Ah, como queira que aquele menino com suas bolas de tênis nos surpreendesse com a sua habilidade no saibro. Gugas negros.

Somos milhões. E somos etéreos como o ar, por que como maioria, apenas assim podem nos ser indiferentes. Não pesamos quase nada ( e somos milhões!), nos adaptamos a quaisquer situações ("nós faz tudo dotô!).

Cidadãos de bem. Vejo milhares passarem por mim, e mesmo tendo cumprido um verdadeiro roteiro de cinema eu não estou aqui.

Me olho no espelho da vitrine da loja da esquina. Muito jovem, nem mesmo eu me vejo na minha novela das oito.

Afinal quantos protagonistas negros eu já havia visto?

Um segundo, um milímetro e agarro aquela bolsa, dou um piparote naquele guarda, dou um aú e uma rasteira naqule velhinho. Ah, um arrastão! Um mar como eu, em disparada, algazarra, que meninada!

Mais uma vez quase desisto de tudo. Estou descumprindo o papel que está tatuado em minha pele. Sou um marginal. O fato de estar em condicional não altera o meu crime.